Se é certo que de há 3/4 anos a esta parte a oferta de concertos/festivais tinha vindo a aumentar, a
profusão de oferta em 2014 superou todas as expectativas: desde os grandes festivais a pequenos fests DIY criados com muita dedicação à música nacional, bem como uma maior oferta de espaços com concertos ao vivo, tudo se tem conjugado para um crescimento do meio musical dentro do estilo que nos é mais querido, o pesado.
Vagos Open Air, SWR Barroselas, Amplifest, SonicBlast Moledo ou Moita Metal Fest são exemplos de festivais que têm crescido de ano para ano de forma a se tornarem incontornáveis e garante de qualidade.
Numa outra dimensão muitos mais lutam por se estabelecer, com evolução notória, casos do Santa Maria Metal Fest, Evora Metal Fest, PAX Julia Metal Fest, o Casaínhos ou WoodRock Festival. E há que dar boas vindas aos que estão a dar os primeiros passos, como o Festival Bardoada e Ajcoi (que sucesso), o Hell in Sintra, Rock no Sado, o Underworld Fest ou o Mosher Fest (e mais alguns que agora me escapam).
A nível dos espaços de concertos, o RCA Club afirmou-se como uma casa de referência do rock, a par dos já habituais Side B, Republica da Música ou o InLiveCaffe da Moita. O Paradise Garage arrancou as suas Rock Sessions regulares, a Rockline Tribe continua a dar solução a quem quer passar o final de noite com bom som e também tem organizado concertos pontuais. Também o Fantasma (Cais do Sodré), apareceu em força com largas dezenas de bandas a pisar aquele palco durante alguns meses. Provavelmente em anos anteriores não teríamos problemas em escolher onde ir, mas actualmente, e ainda bem, essa escolha é cada vez mais difícil.
Também ao nível de lançamentos foi um ano de grande produtividade. Cada vez mais bandas apresentam trabalhos de qualidade superior, mostrando claramente que o que se faz por cá não fica minimamente atrás do que é importado. Várias bandas novas têm aparecido com som bem consolidado e começam a ser faladas. São tantas e tão boas que não vou correr o erro de começar a nomeá-las agora, esquecendo certamente algumas. Vejas as nossas reports e videos e descubram por vocês mesmos.
Deixo apenas um senão, e que me entristece bastante. Quando tanta gente luta pelo meio, apoiando das várias formas possíveis, seja indo aos concertos, comprando merch ou discos, trabalhando (gratuitamente) para divulgar/fazer cobertura de eventos, é pena que ainda haja quem pense que a música é uma competição e que, em vez de se apoiarem mutuamente para benefício de todos, existam despiques entre bandas, músicos, promotores ou outras entidades ligadas ao meio. O meio está a crescer mas ainda é pequeno, muito pequeno, para estas avarias. Tentem colocar certos egos de lado, apoiem os vossos “irmãos” nesta luta que é de todos, façam valer o esforço de tantos e que se consiga em 2015 superar tudo o que de bom aconteceu neste ano!
Para terminar, deixo aqui a todas as bandas o desejo de maiores sucessos, que a inspiração vos guie o trabalho, e se não for pedir demais, uma pitada de originalidade extra, que é o que marca a diferença!
A todos os que lutam para apoiar o meio: temos que estar cá uns para os outros! Ninguém é alguém se a cena não crescer. Força para esse duro trabalho, principalmente nos momentos mais difíceis em que se coloca tudo em causa. Amanhã é apenas mais um dia, 2015 é apenas mais um ano.
Nuno Santos
Em rodapé deixo alguns dos eventos onde a nossa equipa marcou presença: muitos quilómetros e jolas foram consumidos para construir esta lista 🙂
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