Apesar da noite fria em Lisboa, foram muitos os que se deslocaram ao Paradise Garage para mais uma noite de peso. A casa encheu e vibrou ao som de Meshuggah, Decapitated e CB Murdoc.
Eram 20h30 quando a primeira banda da noite, CB Murdoc começou o concerto. O som estava elevadíssimo e confuso e apesar de se conseguir perceber alguns instrumentos e voz, não foi uma audição fácil devido aos elevados decibéis. As pessoas circulavam com tampões nos ouvidos e na falta dos mesmos algumas soluções de última hora foram surgindo. Os temas eram fortes e intensos mas não houve grande participação por parte do público.
Com a entrada da segunda banda o cenário foi outro. O som continuou alto mas com os instrumentos muito mais perceptíveis e definidos. Decapitated, a banda da Polónia entrou logo para arrasar com The Knife, um tema do seu último álbum Carnival Is Forever, no qual centralizaram o concerto. Rafal Piotrowski, o vocalista, foi pedindo a participação do público que foi correspondendo e no terceiro tema já a parte central da plateia se agitava em moshes turbulentos. Passando pelo álbum de 2002 Nihilty, em Mother War e com o penúltimo tema Spheres Of Madness foram terminar com Day 69 do seu penúltimo álbum Organic Hallucinosis. Tiveram sempre uma grande presença em palco e o público reagiu ao mesmo, deixando em algumas ocasiões o rosto de Rafal satisfeito chegando inclusivé a aplaudir a reacção dos presentes.
Após o intervalo de cerca de meia hora foi chegada a vez dos suecos Meshuggah. O seu som único e complexo encheu o espaço quando entraram em palco e começaram a tocar o tema Demiurge do último álbum Koloss. As batidas enérgicas em consonância com os efeitos de luz foram uma constante. Seguiram com Pravus do seu álbum ObZen que serviu para abrir as hostilidades. No terceiro tema já o público se agitava e abria espaço para um moshe intenso no centro da plateia. Sem palavras o vocalista Jens Kidman provocava a reacção nos presentes, sendo bastante apenas alguns gestos para reagirem imediatamente. A meio do concerto a banda saiu do palco e o som de Mind’s Mirrors serviu de reentrada para uma segunda parte um pouco mais tranquila com os temas In Death – Is Life seguida de In Death – Is Death do álbum de 2005, Catch Thirtythree. O público ia reagindo e participando e viajando um pouco pela sua discografia. Pouco antes do fim foi a vez do vocalista falar pela primeira vez, mas em poucas palavras disse o essencial, que era um grande prazer estarem a tocar ali nessa noite. Terminaram com Rational Gaze e saíram do palco.
Ainda faltava cerca de quinze minutos para perfazer hora e meia de concerto e ninguém arredou pé, chamando por Meshuggah, batendo palmas e essencialmente demonstrando que queriam mais. Voltaram então para um Encore de dois temas, Future Bleed Machine e Dancers To a Discordand System. A intensidade dos instrumentos, a voz e o jogo de luzes provaram a sua qualidade.
Set List:
Obsidian
Demiurge
Pravus
Combustion
Glints Collide
Lethargica
Do Not Look Down
The Hurt That Finds You First
Mind’s Mirrors
In Death – Is Life
In Death – Is Death
Bleed
New Millennium Cyanide Christ
I Am Colossus
Rational Gaze
Encore:
Future Breed Machine
Dancers to a Discordant System
Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos
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