[Report] Alcest no Hard Club, Porto, 2014-02-04

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De regresso ao Porto os Alcest trouxeram na bagagem o novíssimo álbum ‘Shelter’, que por sua vez marca um ponto de viragem na carreira do colectivo, subtraindo o peso mas deixando permanecer a essência post-rock e atmosférica que caracteriza esta banda de contornos místicos e invulgares.

Um Hard Club aguardava, de certa forma curioso, o inicio do espectáculo e foram os britânicos The Fauns que saudaram primeiramente uma plateia ansiosa por música e por um abrigo do mau tempo, uma missão comprida que devido ao seu Shoegaze conseguiu com sucesso transportar os ouvintes para um outro mundo menos inóspito e mais acolhedor, porém, a timidez da vocalista Alison Garner quebrou a possibilidade de uma ligação mais profunda, não descuidando a prestação técnica e instrumental que teve a sua devida força e emoção.
Passado algum tempo do fim da prestação os finlandeses Hexvessel subiram ao palco, tendo consegui marcar mais vincadamente a sua presença, com muito mais segurança e confiança, o vocalista Kvohst, membro fundador da banda Dødheimsgard, entoava linhas melódicas simples mas eficazes que se coadunavam como uma luva com as harmonias mágicas dos guitarristas. O violino esteve completamente inaudível, o que foi uma grande pena. A banda tinha na bagagem o seu último álbum intitulado ‘No Holier Temple’ e o tema “Woods to Conjure” marcou sem dúvida a sua actuação. Resumindo, o seu neo-folk psicadélico fez um óptimo crescendo para o que se avizinhava ser uma noite passada numa dimensão paralela à do planeta terra.
O momento tão aguardado e pelo que todos esperavam tinha chegado: a banda francesa subiu ao palco e sentia-se uma energia convicta e apaziguadora no ar. O tema ‘Wings’ começou (tema este, introdutório, que é o primeiro do novo álbum Shelter), e de seguida ouviram-se os primeiros contornos do single atmosférico ‘Opale’
Como não podia deixar de ser, os álbuns anteriores não podiam ter sido deixados de fora, tendo a banda visitado temas de ‘Souvenirs d’un Autre Monde’, ‘Écailles de Lune’ e ‘Les Voyages De L’Âme’, o que é sempre agradável verificar tal como o próprio vocalista Neige afirma, a banda não amoleceu, apenas amadureceu o seu som, porém não descartou de todo a veia de black metal e tal verifica-se com ‘Percées de Lumière‘.
No encore a malha ‘Délivrance’ fechou com um carisma conclusivo e no público verificava-se um desejo de que a performance não tivesse ficado por ali, contudo, a esperança e melancolia do colectivo transmitiram memórias bem vincadas numa audiência que espera sem muitas demoras o regresso dos músicos ao nosso país. 

Texto/Fotos: Tiago Silva

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