Nas profundezas do Cais do Sodré já se podiam ver grupos e grupos de pessoas com copos na mão a falar e a passear, mas também se via um outro grupo: um grupo à porta do MusicBox expectante e entusiasmado para que pudesse entrar nesta pequena mas tão acolhedora sala.
A noite prometia ser repleta de sonoridades agressivas com duas bandas que se haviam juntado para criar um EP que não pretendia ficar esquecido no lado do Doom e do Black Metal. Este Split de 12″ seria a estrela da noite, visto ser a sua apresentação, mas as bandas deram mais do que o público esperava!
Com velas em cada canto do palco, e um ambiente sombrio e repleto de dramatismo, os suiços Rorcal foram os primeiros a estrear o palco do MusicBox. Com uma bilheteira perto de esgotar, o público presente recebeu os suíços de braços abertos e com uma euforia inexplicável. A agressividade da bateria de Ron Lahyani juntamente com a poderosa voz de Yonni Chapatte deixaram qualquer um boquiaberto. Devo dizer que o que mais chamou a atenção de todos foi o lado teatral de Yonni e como ele conseguia transmitir através do corpo tudo o que cantava e tudo o que queria de certa forma atingir o público. Não só tinha este lado teatral como também era ele quem controlava todo o jogo de luzes brancas em palco que faziam cegar o público mais próximo, desta forma, apenas conseguíamos ver figuras ou desfiguras a moverem-se pelo palco, sem qualquer forma definida, como um filme de terror que temos prazer em ver e ouvir.
Por surpresa do público, os suíços Rorcal tocaram um pequeno excerto de ‘Heliogabalus’, uma das suas músicas mais longas, que tem como tempo mais de 1h. O concerto acabou com Yonni a debruçar-se sobre uma das colunas, como se houvesse um género de romance entre o homem e o objectivo, e todo aquele dramatismo quase que barroco conseguiu descrever todo o concerto: incrivelmente e apelativamente assustador.
Por surpresa do público, os suíços Rorcal tocaram um pequeno excerto de ‘Heliogabalus’, uma das suas músicas mais longas, que tem como tempo mais de 1h. O concerto acabou com Yonni a debruçar-se sobre uma das colunas, como se houvesse um género de romance entre o homem e o objectivo, e todo aquele dramatismo quase que barroco conseguiu descrever todo o concerto: incrivelmente e apelativamente assustador.
Após um pequeno intervalo, em que o palco muda radicalmente para um ambiente mais simples mas, mesmo assim, com o seu toque de dramatismo, começava-se a ver um público cada vez mais entusiasmado e próximo do palco, como se não houvesse timidez.
Os portugueses Process of Guilt sobem então ao palco com duas músicas já nossas conhecidas, uma delas, ‘Blindfold’ do álbum ‘Faemin’. A atmosfera tinha mudado radicalmente, o público estava inquieto e turbulento com as agressivas sonoridades criadas pela banda portuguesa. As notas faziam-se ecoar nos nossos peitos e o ritmo de todo o nosso corpo tornava-se no ritmo das músicas, menos os nossos olhos que só conseguiam estar fechados! Embora tenham tocado duas músicas do Split 12″como a Liar (Movement I), o álbum Faemin foi o que compôs a maior parte do concerto, e o que permitiu a que se desse o melhor momento da noite. ‘Faemin’ foi a música que encerrou a montanha russa de emoções presas numa sonoridade agressiva.
Quem visse o Musicbox naquele momento, veria apenas cabelos a voar, braços no ar, vozes a quererem ser ouvidas, mas principalmente, veria que as pessoas que lá estavam, não queriam que aquele momento acabasse.
Resta-me apenas acrescentar que quem não presenciou estes dois concertos e que com a minha descrição, se possa arrepender de não ter ido!
Texto: Mariana Pisa
Fotos: Joana Mendonça (mais fotos abaixo, da nossa página no Facebook)
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