Quis o destino que o LineUp Bar em Alcântara assistisse de perto a este quarteto de trovadores que transpiraram rythm and blues por todo o lado… O Ritz Clube mais uma vez «fechou para obras» subitamente, e esta foi a solução de última hora. Um espaço bem mais reduzido mas por sua vez mais familiar, decorado a preceito: estávamos numa casa de rock.![]() |
| Sam Alone |
O LineUp tornou-se uma fonte de calor humano. O público aderiu ao chamamento e encheu o recinto. O hardcore de outras andanças, do Bruno Simão (Cast a Fire) e Apolinário «Poli» Correia (Devil in Me), foi deixado de parte numa sessão que relembra uns sessentas com QB de letras Dylanescas, de guitarra e por vezes com direito a harmónica, marcadas pelas suas experiências pessoais e por alguma perspectiva ideológica.
![]() |
| Fast Eddie Nelson |
Despidos de arranjos e composições demasiado enfeitadas, o Folk inspirado num imaginário Mississipiano fez-se soar muito graças à dupla Fast Eddie Nelson e Roy Duke, na guitarra eléctrica e no contra-baixo. Dotados de uma noção de ritmo que escapa demasiado à atenção mediática, deram provas a este público que o movimento rockabilly está vivo e de boa saúde. E é importante referir que não se resume a este exemplo em concreto dos Texabily Rockets (ex-Rockers) de Roy Duke, que estão à muitos anos nesta vida a par de outros tantos.
![]() |
| The Fellow Man |
Fast Eddie Nelson trouxe algumas os melhores licks de guitarra que alguma vez saíram do Barreiro. Um show que por vezes atingia um nível quase religioso, num gospel bem american style, que na sua voz rouca transportava-nos para um imaginário de cowboys regados a whisky e cigarros Marlboro. O que é certo é que foi uma sessão de rock’n’roll puro e duro com o quarteto em sintonia, e mesmo quando arriscava a solo, ritmo era coisa que nunca faltou.
The Fellow Man, Bruno Simão, veio carregado de acordes simplistas e foi responsável pelos momentos mais bonitos da noite. Num registo mais calmo e sentido, partilhou-se temas escritos para a sua filha («Baby Girl»), Carolina, em que a entrega e o brilho no olhar apenas poderá ser compreendido a 100% por quem saiba o que é poder afirmar com toda a certeza « (…) you are the sweetest thing in my life(…)». Pessoalmente, posso afirmar que fiquei com vontade de pegar na guitarra e debitar acordes para o meu príncipe… ( a paternidade tem desta coisas!)
Dispensando apresentações, Poli com a sua working class rifle, não se distinguiu como um frontman assumido, como nos Devil in Me, e foi senhor de uma humildade suficiente para não ser o centro das atenções. O palco foi destes quatro senhores, e ninguém roubou protagonismo a ninguém – isto é um colectivo; isto é trabalhar em equipa.![]() |
| Roy Duke |
Pelo caminho houve tempo para agradecimentos a uma cara bem conhecida no mundo radiofónico português, e um dos padrinhos de muito belas bandas que por aí andam, Nuno Calado, apresentador do programa Indiegente da Antena 3 que tal como nós, Songs for the Deaf Radio, não podia perder este evento memorável. A poucos metros, e desta vez a assistir, os Gravediggers, banda que acompanha este Sam Alone em palco, foi também aplaudida acabando por um dos elementos (Matos) se juntar a esta festa de rock’n’roll.
Texto : Tiago Queirós
Fotos : Kitty Kat Kustom Art (a quem muito agradecemos a cedência das imagens)
SFTD no Facebook : https://www.facebook.com/SFTDMadeInPortugal | https://www.facebook.com/SongsfortheDeafRadio






Category:
Comments: 







![[Report] W.A.K.O.+Crossed Fire+Burn Damage+Diabolical Mental State @ RCA Club, Lisboa [Report] W.A.K.O.+Crossed Fire+Burn Damage+Diabolical Mental State @ RCA Club, Lisboa](http://www.sftdradio.com/wp-content/uploads/2014/05/IMG_0582-150x150.jpg)
Leave a reply