Serrabulho + Dead Meat + Brutal Brain Damage + Analepsy + Booze Abuser @ Benavente – 6 de Setembro

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Ainda não tinha acabado de escurecer, as primeiras pingas de chuva da noite já se faziam sentir. Carros apoderavam-se da entrada do Side B, e a troca de impressões e cumprimentos faziam-se como se fosse tudo uma família.
Booze Abuser tiveram o privilégio de serem a primeira banda a pisar o palco, e sem muitos rodeios começam com um cover de Sepultura, ‘Troops Of Doom’ de forma a que deixassem o público animado para o resto da noite. Embora uma sala ainda por se compor, a euforia que o público já mostrava e a diversão foram eminentes, de tal forma que nem o vocalista de Booze Abuser se conseguiu manter no palco! ‘Modern Man’, ‘Death Wins’, ‘Noise For The Drunk’, entre outras compuseram o concerto da banda punk, mas para finalizar tocaram um cover de Ratos do Porão, ‘Somos a Turma’. Arrisco dizer que mesmo não sendo do mesmo registo que as outras bandas, os Booze Abuser foram bem recebidos e fizeram-se merecer estar no palco do Side B.
 
Após um início de noite agitado, eis que chegou a altura dos lisboetas Analepsy subirem ao palco para uma das suas primeiras actuações, começando com ‘Neo-Born Virus’. Poucos acreditaram que era a primeira vez que esta recente banda de Slamming Brutal Death estava a pisar o palco, graças à dedicação que os mesmos depositaram naquele concerto. ‘Worm Putrefaction’, ‘Post Incubation’, ‘Viral Disease’ e ‘A Bleak Futuro’ um cover de Pathology compuseram o concerto da banda lisboeta, mas o que realmente chamou a atenção do público foi na música ‘Genetic Mutations’ em que o vocalista de Brutal Brain Damage subiu ao palco e ajudou a compor a mesma com a sua poderosa voz.

Pode-se dizer que foi um concerto em que não era um público a assistir, mas sim uma família visto que praticamente toda a gente se conhecia, e isso mostrou que todos os concertos que se avizinhavam naquela noite, teriam o mesmo efeito.

Os Brutal Brain Damage foram os que se seguiram, já com uma reputação de boa presença em palco não tardaram a começar o concerto com ‘Le Cock Sportif’. A recepção que esta banda de Brutal Death/Grind recebeu, não podia ter sido melhor, tanto o público como a banda estava em perfeita harmonia a aproveitar cada nota que era tocada. ‘You Must Die’, ‘Suicide Jesus’, ‘Shit Happens’ e ‘Pussy Grinder’ estão entre as 13 músicas que tocaram, mas o que realmente compôs o concerto foi novamente um dueto com o vocalista de Analepsy na ‘Spit Fire’ e a apresentação de um novo tema, ‘Bang Bang Theory’.
Embora a noite ja estivesse longa e o cansaço já fosse muito, ainda não havia tempo para descansar pois os Dead Meat acabavam de subir ao palco prometendo aquecer ainda mais o público para a banda mais esperada da noite. Vindos de Castelo Branco, não se deixaram intimidar pelas t-shirts de Serrabulho que já se viam e posso assegurar, que os Dead Meat rebentaram com o Side B! Com músicas como ‘Kill Your Mother Rape Your Dog’, ‘Body Naked Mutilated’, ‘Smell Over The Rotten Pussy’ ou até mesmo ‘Fluids From The Infected Urethra’ o concerto não podia ter sido mais divertido.
O companheirismo entre bandas e a presença dos Dead Meat no Side B naquela noite, não podia ter sido melhor, pois ajudaram com que a noite não perdesse a sua diversão!
Depois de um breve intervalo, máscaras começaram a ser vistas entre o público, assim como caras pintadas, perucas ou até mesmo pistolas de brincar e insufláveis. Um cartaz branco com letras pretas a dizer “Serrabulho Rave Party” tapava o cartaz do Side B e de uma coisa toda a gente estava certa, estava prestes a começar Serrabulho!
Eis então que começa a mítica ‘Atomic Fart’ e como sempre uma entrada em grande e ridícula por parte da banda, pois estavam todos vestidos com fatos de carnaval de raparigas, com penteados no cabelo e com a guitarra e o baixo completamente quitados com coisas femininas.
‘Don’t Fuck With Crusty’, ‘Disgusting Piece of Shit’, ‘Quero Cagar e Não Posso’ fizeram parte de uma setlist que estava prestes a acabar, mas o que surpreendeu o público foi a nova música ‘Pentilhoni no Colhoni’ que estava já prometida para o próximo álbum.
A festa era muita, a correria, as brincadeiras mas principalmente os risos apoderaram-se do Side B, a noite não podia estar mais alegre, e o tão aguardado concerto não podia estar a ser melhor, mas como se diz, tudo o que é bom acaba.
Subitamente sobe ao palco um indíviduo – alcoolizado –  a tentar chamar a atenção do público, para não prosseguir mais com o pequeno interrompo, a banda começa a tocar ‘Toco Louco’, e eis então que tudo se estraga. Este indivíduo começa a bater na bateria e a agredir os elementos da banda, já ninguém percebia o que se passava quando só se ouve uma voz a dizer que o concerto acabou e a agradecer. O sucedido transformou-se numa disputa entre alguns membros de bandas e do público que se prolongou durante bastante tempo (ver video do Youtube da banda).
Embora este pequeno incidente tenha acontecido, os poucos minutos que o público lisboeta teve de Serrabulho foram o suficiente para se dizer que foi uma “Rave Party”, porém deixou-nos com água na boca por mais, pois não é sempre que a capital tem o privilégio de receber os mesmos. De uma pessoa que nunca gostou muito de Grind, espero vivamente que os Serrabulho voltem rápido a Lisboa e que desta vez possamos todos aproveitar o concerto até ao fim, porque de uma coisa é certa: Serrabulho é festa, riso e diversão, e isso é bem vindo em qualquer noite.

Foto: Joana Mendonça
Texto: Mariana Pisa
Vídos: Serrabulho; NeKronos Promotion Hell

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