[Report] 18º edição do SWR Barroselas Metal Fest (3 de 4)

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Sexta Feira (2º dia)

Várias peripécias e alterações aconteceram neste dia, depois de Myteri, Orok, Claustrofobia e Imminent Attack. Estas duas últimas, bem ao estilo brasileiro animaram a festa cantando na nossa língua mãe e fizeram ambas um concerto também de excelência. Depois houve uma troca de último momento pois Emptiness tinha informado a organização que não chegariam a tempo do seu concerto. Assim foram substituidos por ANALEPSY, que estavam agendados para bem mais tarde nesse dia. Mas adequadamente e para o que a banda trazia para oferecer nesta noite, foram agraciados com uma justa troca de sala e fizeram neste evento o lançamento do seu álbum ‘Dehumanization by Supremacy’. A banda de Flávio Pereira,  Marco Martins, Ricardo Proença, Diogo Santana e Tiago Correia foi surpreendida com esta troca, tal como a equipa SFTD e o público, muitos não assistiram ao concerto no estilo Slam Brutal Death Metal. Contudo sabemos, ao conversarmos com o guitarrista baixo Flávio Pereira, que o concerto correu bem e o som fez jus ao acontecimento, como eles mereciam.  Tocaram todas as faixas do álbum excepto o cover de Putrid Pile e em vez disso tocaram uma cover de Pathology e iniciaram a noite de participações com o Sérgio de Bleeding Display no tema ‘Genetic Mutations’. 
Chegámos ao recinto na hora de Bong na sala Colosseum, uma banda stoner inglesa muito simpática com quem a SFTD trocou algumas palavras e nos confessaram que não estavam à espera de tão calorosa recepção do público e que apesar de terem trazido roupas e óculos de sol para o calor, o vocalista Dave Terry, o guitarrista Mike Vest e o baterista Mike Smith estavam felizes com o clima chuvoso e sentiram-se em casa. Esta banda alquimista funde sons violentos e poderosos de Psychedelic Drone e Doom Metal e com a ajuda de Ben Freeth na produção do álbum ‘Beyond Ancient Space‘ e os seus sons de cítara e Shahi Baaja foram envoltos numa voz encantadora e mística ao qual o público se rendeu sem temor. ‘Onward to Perdondaris’, ‘Across the Time Stream’ e ‘In the Shadow of the Towers’ foram alguns dos temas tocados e encantaram.

Bleeding Display foi uma festa, a banda portuguesa de Death Metal desbundou literalmente em palco o seu mais recente trabalho ‘DEVIANCE‘ e contaram com as animadas participações do Miguel Inglês dos Equaleft e de Ricardo (Bugs) dos Analepsy promovendo um ‘bailarico’ potente no público que não parava no moshpit, um excelente momento musical com muito talento em palco!

Seguiram-se no Colosseum um dos tão aguardados concertos, os Enthroned vindos da Bélgica e pelo que percebemos o guitarrista baixo atrasou-se a entrar e palco, não invalidou contudo a performance estrondosa.
Caracterizado como um sacerdote negro, o vocalista Nornagest, que foi antes voz de apoio e guitarrista nesta mesma banda, assume hoje o papel de frontman com grandeza e atitude, a banda agora também com dois membros novos, um deles português a assumir o comando da bateria, o Menthor. Assim compostos, desenrolaram as faixas do seu 10º trabalho ‘Sovereigns‘ e encaminharam as hostes para as profundezas do seu Black Metal de forma exímia e o público cedeu ao seu domínio em palco, revivendo também em encore temas mais antigos, aos quais a plateia respondeu cantando as letras em uníssono, ao estilo old school black metal. Foram assim capazes de uma forma harmoniosa fazer fluir o seu som desde a calma melodia às arrebatadoras e embriagantes marchas de uma velocidade imprudente, arrebatando a plateia que assistia e venerava a banda em cada acorde. Excelente actuação!

Zom entram na Dungeon a seguir e também fascinam o público ainda embriagado (não só de álcool mas de música) e estes irlandeses souberam acolher este que trazia a fasquia de exigência musical ‘em altas’.
A demência e promiscuidade desta banda é gritante e neste ambiente artístico e enfeitiçador apresentaram-nos o seu trabalho ‘Flesh Assimilation’ ao estilo old school e perverso death metal e um mosh brutal, sem demoras, apoderou-se da sala. Ao 3º dia de musica ninguém parecia cansado e foi espantoso ver a animação.

Primordial arrasaram o Colosseum! Este concerto foi um dos melhores do evento e também muito aguardado pelo público que se acotovelou para entrar na sala para ficar o mais perto possível, do palco! Apresentaram-nos o seu mais recente trabalho de 2014 ‘Where Greater Men Have Fallen’. Esta banda de Celtic Folk/Black Metal, que conta já com mais de 20 anos tocou temas conhecidos de todos fazendo mais uma vez o público cantarolar bem alto os refrões. A.A. Nemtheanga, o frontman, que pertence à banda desde 1991 foi um monstro em palco e com sabedoria conduziu a banda para uma das melhores performances do evento! A sala ao rubro ouviu com extrema atenção aos solos de guitarra do único elemento fundador da banda, Ciáran MacUiliam e às faixas novas, tais como ‘Babel’s Tower‘, ‘Ghosts of the Charnel House‘ e ‘Wield Lightning to Split the Sun‘ e embevecidas as hostes renderam-se à festa e os encores estiveram à altura dos moshes em frente ao palco. Belo show!


‘Stealing Fire from Heaven’ foi considerado um dos melhores trabalhos de 11 Paranoias de 2014 lançado em Novembro logo a seguir ao ‘Spectralbeastiaries’ que saíra antes em Março do mesmo ano e neste concerto tocaram temas de ambos os trabalhos mas o ‘Stealing Fire from Heaven’  foi uma revelação intensa que nos abalou a sanidade mental ao ouvir os temas em Doom profundo como que vindo das ‘entranhas da noite’ como um espanhol sabiamente descreveu. Serviu também para baixar a adrenalina que pulsava nas veias do concerto anterior.

A seguir Gutalax. Desta banda de Death Metal/Grindcore o que há a dizer fundamentalmente é ‘ Fun! Fun! Fun!’. Retoma-se a festa com este quinteto vestidos de fatos brancos de veterinários completos e que ‘roncaram’ o seu grind fazendo o publico rodar no recinto em redemoinho arrastando todos para o meio…foi impressionante e bonito de se ver a diversão sem parar do inicio ao fim deste concerto! Nota 10 para estes meninos que encerraram neste dia 2 o palco principal Colosseum, deixando todos com um sentimento altamente divertido e um sorriso ‘rufia’ nos lábios!

Passámos de novo à Arena SWR e surpreendentemente Emptiness aparecem para nos agraciar com o seu trabalho melódico de Black/Death Metal de uma qualidade e excelência musical única no estilo e Mother Abyss, uma banda da terra, Viana do Castelo, dominaram o final do evento com o seu sludge e o trabalho ‘The Ritual’ com um bom concerto, como já nos habituamos a ver desta banda portuguesa.

Texto: Stanana
Fotos: Michele Hasselti // Latrodectus Hasselti Photography (mais fotos brevemente no nosso facebook)

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