[Report] SWR Barroselas Metalfest XIX (Dia 2)

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Depois de uma
noite eufórica no camping e forças recuperadas, retomamos a saga de concertos na
Arena com a banda BOKLUK, vinda da
Corunha, Espanha.

Os espanhois são
presença habitual no line up e muito deste público desloca-se ao nosso país,
vindos essencialmente da Galiza que é relativamente perto de Barroselas, mas também
de Barcelona e Madrid, visto existirem comodidades oferecidas pela organização
para facilitar o acesso dos estrangeiros ao evento, nomeadamente autocarros
vindos do aeroporto Sá Carneiro.
Esta banda de
old school Death Metal regressa ao
evento para celebrar o seu 5º ano de existência e abriu as hostes no início da
tarde com toda a força! Álex o vocalista tudo fez para animar a malta e
apresentou a uma sala bem composta, o seu EP lançado em Cassete de 2015
‘Intra-Vital Derangement’ composto por 5 faixas, uma delas em tributo aos
Napalm Death com a cover de ‘Suffer The Children’ , também o álbum
“Taphonomy”e algumas novas, pois preparam-se para gravar mais um
trabalho de onde retiraram o tema ‘You Look Like Shit’ e que já faz parte dos
sets apresentados nos concertos no país vizinho.
As músicas
inspiradas em temas como pragas, horror, degradação humana e miséria,
transpiram a hostilidade contra o sistema, sentimento generalizado em todos os
que por aqui passaram. Provocaram assim o público motivando em todos os que
assistiam, um headbang geral e uma excelente animação.
Um bom concerto!

BALMOG iniciam a saga das homilias de missas
negras
com os seu Black Metal também
vindo da Galiza. 

Apresentaram a sua mais recente edição, o álbum ‘Svmma Fide’.
A banda apresenta o seu ódio, escuridão, aversão humana e satanismo, neste
trabalho composto por 8 faixas. Um trabalho centrado em torno de riffs  numa abordagem mais tradicional, mas também
tem uma sonoridade mais moderna. A maneira como seus acordes maliciosos tocados
in arpeggio’ e as escalas executadas, são uma reminiscência de alguns grupos
contemporâneos, mas o principal trunfo da BALMOG
encontra-se com a melodia e a forma como estes a montam juntando-lhe um secção rítmica pesada e forte. Uma bela entrada para este ritual black metal, um
estilo de presença obrigatória, neste evento!

GRUNT entram na Dungeon e o público
apressa-se a chegar à frente do palco. Esta banda criou, com a sua atuação
polémica, uma grande expectativa em torno do seu espetáculo.
Relembro que a
cenografia e postura, especialmente caracterizada e teatral perante o público, fez parte
de todo este evento e esta banda superou tudo o que se poderia imaginar ver por
aqui. Foram altamente’ chocantes‘, no
bom sentido e abanaram com todos os dogmas e tabus que qualquer um de nós
poderia ter em relação ao que se pode ou não, mostrar em palco!
Vestidos de
latex e fatos de lycra negro trouxeram consigo umas performers sexys e montaram em palco um
equipamento típico de sessões de BDSM grotesco e durante o concerto realizaram
um show de sodomia brutal com seringas e objectos sexuais, com truques de sexo explícito, provocando o público que
assistia com espanto, mas sem censura!
Esta banda de Death Metal/Goregrind tem tido reações
adversas ao seu show bizarro, inclusive foi alvo de cancelamentos por queixas
inusitadas de pessoas menos preparadas, mas neste dia ninguém se sentiu
ofendido e colou na música e no
espetáculo sem pudores e trocando entre si sorrisos, apreciou cada movimento
das meninas e da interação sexual com a banda, durante todo o concerto!
Muito
interessante a apresentação desta banda que usa temas como pornografia,
depravação sexual, BDSM e Fetiche e teima, de uma forma muito profissional, em
quebrar todas as regras e fazer tremer os mais sensíveis! Objetivo conseguido
mas como eles próprios dizem ‘No bullshit, No Censor, just Grind!’
Esta banda
surgiu no Porto em 2004 primeiramente como Fetal Incest, mudando o seu nome
para Grunt em 2010 e desde sempre que esta atitude provocadora, foi o mote dos
Boys nortenhos o Z, o D e o G.
Tocaram temas do
seu álbum ‘Codex Bizarre’, lançado em Agosto de 2015 e foram irresistíveis!
Motivaram uma dança animada em frente ao palco, enquanto o resto do público ia
acompanhando, sem tirar os olhos do show, tudo o que se passava.
A música com
riffs old school, com um grind animado e com samplers futuristas, fez as
delícias do público que adere a este estilo, celebrando a depravação com
brincadeiras e alegria! Muito, mas muito bom show e feito no lugar certo onde
tudo é permitido e aceite! Excelente!


Depois deste
concerto bombástico, foi hora de regressar à tenda para o jantar e entre
churrascos e copos de vinho tinto, decorreram no recinto os concertos dos
lisboetas DECAYED com o seu Black Metal, dos USNEA vindos dos USA com o seu Blackened
Funeral Death
e Doom Metal, os MONOLORD vindos da Suécia com o seu Stoner Doom Metal e os espanhóis BODYBAG com um vibe mais acelerado com
o seu Death Grind a animar a festa.
O local da tenda era perto do recinto podendo ouvir-se ao longe esta música de
fundo e a alegria do público, promovendo à distância um excelente ambiente no camping.

Encaminhamo-nos
de novo para o recinto, ouvindo a marcha fúnebre dos suecos MARDUK convocando à carnificina de mais
uma missa negra em palco.
Estes estiveram
bastante ocupados o ano passado ao lançar vários trabalhos gravados em estúdio
e ao vivo, nomeadamente o ‘Strigzscara-Warwolf -Live álbum’, uma memória do
‘World Panzer Battle 1999-Live álbum’ e dois EPs, o ‘Ancient Evil’ e ‘The Sun
Turns Black as Night’, apresentaram estes dois últimos numa rapsódia em forma
de ode à guerra.

Sobem a palco a
seguir os INVERLOCH com o seu Doom/Death Metal e presentearam-nos com
o seu mais recente trabalho, o álbum ‘Distance|Collapsed’, um digipack lançado
em Março de  2016. Esta banda australiana
começou a gravar em 2011 e é já largamente reconhecida como tendo uma
sonoridade bizarramente profunda e de um filthy
old school death metal
.
Com um doom
ressonante e de sons misteriosos únicos, redefiniram o género influenciando de
alguma forma as bandas deste núcleo. Um excelente concerto com riffs de
guitarra acelerados que provocaram um bailarico animado na Dungeon.

Voltamos à Abyss
para ver as estrelas da noite os suecos GRAVE!

Esta banda iniciou a sua saga em 1988 e são um ícone do estilo Death Metal com os seus temas
inspirados na morte, no gore e no movimento anti-cristianismo. Trouxeram-nos o
seu mais recente trabalho ‘Out of Respect for the Dead’ gravado o ano passado e
alguns temas revivalistas do seu longo percurso que conta já com 30 anos de estrada!
Uma eternidade! Uma banda percursora do estilo e que pertence, merecidamente, à
história do Metal.
Um concerto
energético com guitarras a soarem de uma forma bárbara e todo o álbum brilha
com uma produção forte e maciça e soltando o seu speed, provocaram um turbilhão
no recinto, com um circle pit infernal!
Os riffs de
guitarra brutais e as vocalizações cruas e bem acentuadas foram ligadas às
letras que são surpreendentemente compreensíveis e usaram todos os recursos
deste género, influenciados também pelo punk rock, para criar um ambiente de
Death mostrando a sua riqueza musical e fortemente enraizada neste nicho,
recordando também um dos seus melhores trabalhos de 1991, ‘Into the Grave’. Um
brutallísimo concerto que nos encheu a alma de festa e boas memórias, os GRAVE seduziram-nos num show de
excelente qualidade e deixaram o recinto totalmente rendido!

Depois desta
sova musical foi tempo de voltarmo-nos a unir aos Steel Warriors e molhar a
garganta seca de tanta loucura. Subiram nesse momento a palco os belgas do black death metal POSSESSION e os
checos SPASM com o seu grind perverso e a folia e corropio no
recinto era imparável ao cruzarmos com sorrisos e brincadeiras animadas entre
pulos e mosh do público, que nesta noite estava em total euforia!
Estava o
ambiente perfeito para a loucura nesta noite e os GORGÁSMICO PORNOBLASTOMA de Guimarães e os CLOCKWORK BOYS de Lisboa, arrebentaram literalmente a Arena com o
seu Grindcore e Punk Rock respectivamente. Estes maníacos portugueses fecharam em
beleza o line up desta noite com a total euforia do público a acompanhá-los na
festa.
Mais uma noite
de música que nos deixou exaustos e não seguimos para o Steel Warriors Bar onde
a animação iria continuar bem regada.

Texto: Stanana
Fotos: António Gaspar (todas as fotos deste dia aqui)

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