Foi por voltas das 20h30 que a primeira banda, os Nahemah, originários da nossa vizinha Espanha, deram início à noite. Mas o som estava estridente e isso não ajudou a cativar os presentes e foi com distorção e um ou outro feedback que fizeram a sua prestação. A segunda banda, por sua vez, teve um som com melhor qualidade e a sua performance foi enérgica e com grande intensidade. Os Leprous, banda originária da Noruega, apresentaram-se de gravata, exceptuando o vocalista que de laço ao pescoço dava saltos vigorosos e conquistou os presentes com a sua voz e performance nas teclas. Foi certamente a primeira vez para muitos ver ao vivo uma banda de metal cujo vocalista era igualmente o teclista, mas que de maneira nenhuma impediu que houvesse interacção com o público.
Após um breve intervalo, o som inconfundível de Amorphis encheu o espaço. Foi o momento que muitos ansiavam e rapidamente encheram a plateia, que agora sim, estava preparada para receber os cabeças de cartaz. Iniciaram o concerto com Song of The Sage, tema do seu novo álbum The Beginning of Times. Mas após mais um tema deste novo trabalho, recuaram uns anos no tempo e tocaram The Smoke. Após Karelia, Tomi começou a cantar um refrão duma música de Rammstein, Pussy, como introdução para Vulgar Necrolatry do seu primeiro álbum e que foi regravada com o novo vocalista no Magic and Mayhem-Tails From The Early Years. Ainda houve direito a mosh na parte da frente da plateia e um gutural com variantes que desconhecia no vocalista, numa excelente prestação. Terminou por dizer que tinham incluído some “radio friendly stuff”, referindo-se à música de Rammstein, mas que adoravam.
Foi um concerto que incluiu temas que marcaram a história da banda, terminando com Black Winter Day, com um poder contagiante e com a participação do público que aplaudiu e cantou até ao final. Foi curto o tempo que demoraram a voltar ao palco, dizendo que aquele ‘seria o momento ideal’ para tocar três temas bem conhecidos. Começaram com Silver Bride, seguiram para My Kantele e terminaram em grande com House of Sleep, mais uma vez acompanhado por palmas e enorme coro do público.
Soube a pouco, teriam ficado ali pela noite dentro a ouvi-los. Nem o cansaço que era visível na banda os impediu de realizar um concerto fantástico e cheio de intensidade.
Song of The Sage
My Enemy
The Smoke
Against Widows
Alone
You I Need
Sampo
Karelia
Vulgar Necrolatry
Into Hiding
Crack in a Stone
Sky is Mine
Magic & Mayhem / Black Winter Day
Encore:
Skyforger (Intro) / Silver Bride
My Kantele
House of Sleep
Fotos: Nuno Santos
Não conhecia as bandas de abertura apesar de ter visto recentemente alguns vídeos. Os espanhóis Nahemah pareceram-me competentes mas não me seduziram. O som tinha muita trepidação nas colunas à direita, coisa que foram resolvendo ao longo do concerto. Gostei mais dos Leprous, garra, atitude e técnica, com um grande vocalista. A nível de composição achei-os um pouco indefinidos mas as últimas duas malhas deixaram-me de boca aberta : é para conhecer melhor.
Entretanto a casa foi ficando composta, apesar de aparentemente cheia tinha o meu espaço pessoal desobstruído.
Após uma espera significativa, boa para as jolas, vieram os finlandeses Amorphis.
Início como o esperado, a apresentar o belo novo álbum, mas logo a seguir a sequência Smoke-Against Widows-Alone encheu as medidas. A partir daí viajámos ou pouco por todo o percurso da banda, com direito a algumas malhas do primeiro álbum que tinha sido regravadas com o Tomi o ano passado, e o enorme Black Winter Day.
O encore foi apoteótico com a formidável Sampo, a mágica Kantele acabando com a mais melosa House of Sleep cantada a plenos pulmões pela plateia.
Apesar de tudo soube-me a pouco… Amorphis é um coisa excepcional – qualquer das músicas tem algo que me toca particularmente.