Kandia: descobre a banda e como podes apoiar o seu novo trabalho

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Os Kandia chegaram ao meu conhecimento ainda no tempo do MySpace, onde tudo o que era relacionando com música acontecia. Algumas audições depois e uma boa actividade da banda nessa rede social levaram a que o nome perdurasse na memória bem como a respectiva curiosidade de os ir acompanhando. Após um EP de apresentação chegou o lançamento do primeiro álbum, ‘Inward Beauty|Outward Reflection…‘, onde a banda consegue demonstrar na perfeição ao que vem, com uma identidade já muito bem definida, com um som balanceado entre o peso e a melodia, e trazendo uma nova frescura às sonoridades que os influenciaram, que vão deste o nu-metal ao metal/rock gótico. 
É agora, dois anos depois, e com um sucessor na calha, que aproveitamos para entrevistá-los de forma a saber tudo sobre a banda do Porto, fundada por André Cruz e Nya Cruz, que teve a amabilidade de nos conceder a entrevista que se segue.
SFTD Radio: Obrigado pela disponibilidade para esta entrevista. Para quem ainda não conhece a vossa história, que já tem 5 anos, como foi a génese deste projecto ?
Kandia (Nya Cruz): Em 2007 eu e o André fazíamos parte do mesmo projeto, ao qual eu pertencia desde 2004 e ao qual ele se juntou em finais de 2006. Acabaríamos por abandonar o projeto nesse ano e passado um mês já estavamos a trabalhar em temas, ainda sem saber muito bem o que íamos fazer com eles. O André tinha muita coisa na gaveta e eu apaixonei-me pelas músicas dele no primeiro instante. Deram-me oportunidade de soltar muita coisa que estava entupida cá dentro. Acabámos por compor o EP muito rápidamente e chegámos à conclusão que se íamos fazer isto precisavamos de um nome e uma identidade. Dada a forma como tudo nasceu optámos por ser apenas dois e mais tarde encontrar músicos que estivessem disponíveis a acompanhar-nos na estrada.Escolher o produtor não foi difícil, já falávamos no Daniel quando ainda estavamos no outro projeto. E assim foi. Nasceu o “Light”. Tivemos uma recepção muito boa ao trabalho e sabíamos que não podíamos ficar por ali. O resto é história!

SFTD: a sonoridade inicial da banda assentava em texturas de guitarra poderosas, mas com um componente negra transmitida pela voz da Nya, em toques góticos mas com ritmos longe do metal tradicional. Parece que pessoas com gostos diferentes se envolveram na criação de um som próprio: como aconteceu essa fusão? A que influências podem aludir?
Kandia: Somos os dois consumidores ávidos de todo o tipo de música e som. Desde pop a metal um pouco mais extremo. Acho que foi essa junção que deu o som de Kandia. Acho que é também um pouco por isso que tanto o EP como o álbum têm um som distinto. Identificas como Kandia, mas não soam exatamente ao mesmo. Nem é possível fazê-lo. Escrevemos através das nossas vivências e tens alturas mais coloridas e outras mais negras na vida, isso vai sempre influenciar na música que fazes. Temos muitas bandas em comum como preferência… Tool, Pantera, A Perfect Circle, Devin Townsend, Pain of Salvation, Pink Floyd… podia ficar aqui o dia todo.

SFTD: Actualmente a banda já tem algum reconhecimento internacional, tendo o último álbum sido editado na vizinha Espanha, e também num inesperado país do outro lado do Mundo, o Japão. Como lá chegaram? Sentem-se, à semelhança de outras bandas, mais reconhecidos lá fora do que em portugal? 

Kandia: Se me perguntasses isso em 2011, respondia-te, de facto, que eramos mais apreciados lá fora do que em Portugal, mas o concerto com Within Temptation mostrou-nos outra realidade. Sabes qual? Que o público está receptivo ao que é nosso, faltam é oportunidades destas para as pessoas abrirem os olhos ao que de bom se faz em Portugal. A nossa base de fãs cresceu a olhos vistos e neste momento são eles os mais ativos no nosso percurso e isso deixa-me imensamente feliz porque sempre fui um pouco amargurada em relação ao panorama musical em Portugal. Mas estou a ficar com esperança. Algum dia as coisas têm que mudar, certo? É um dos meus objetivos com isto. Abram os olhos, temos muito boas bandas em Portugal!
O Japão apareceu-nos caído do Céu. Nunca fizemos qualquer pesquisa ou aproximação e fomos descobertos e foi-nos proposto o deal. Aceitámos obviamente. Ter uma edição japonesa logo ao primeiro álbum foi simplesmente brutal.

SFTD: Essa primeira parte do concerto dos Within Temptation em 2011 terá sido um dos pontos altos até agora da vossa carreira: como surgiu tal oportunidade?

Kandia: Foi a própria banda que nos deu essa oportunidade. Aconteceu assim, em certas datas eles não tinham banda de abertura e deram oportunidade a que uma banda do País os acompanhasse. Tivemos a sorte dos nossos fãs terem enviados mails não só ao management deles como à própria Everything Is New, e fomos recomendados à mesma por algumas pessoas do meio. Foi um reconhecer de todo o nosso trabalho e uma oportunidade de estar com uma banda simplesmente tão bem sucedida quanto humilde.

SFTD: chegamos finalmente ao pretexto desta conversa, o novo álbum. No teaser divulgado (vídeo seguinte), e excelentemente produzido, demos conta de um som novo, mais electrónico, com alguns ritmos de ‘dubstep’. Vai haver uma revolução sonora ?

Kandia: Desta vez o álbum foi idealizado de raíz por três mentes criativas. Já tinhamos tido a sorte do Daniel nos ajudar nos anteriores trabalhos em bateria e piano, mas desta vez, ele esteve bem mais presente e este álbum é de Kandia e do Daniel Cardoso. Acho que não é segredo para ninguém que estamos perante alguém com imensa criatividade. Mentiria se não dissesse que este álbum soa diferente. De qualquer das formas, soa a uma evolução do nosso som atual. O André e o Daniel acham que está mais pesado, eu não concordo (risos) por isso vão ter de esperar para dizer a vossa sentença. Eu acho que abraçámos mais a vertente rock neste disco, mas metemos uns riffs pesadões pelo meio e… bom, a mistura é explosiva.

SFTD: Poderá tratar-se do caso de, tal como os MUSE fizeram, ser um teaser mais para criar impacto, uma vez que a sonoridade geral do álbum acabou por não sofrer tão grandes alterações face ao anterior?

Kandia: Ao contrário dos MUSE, não há cá estratégias de marketing, é mesmo aquilo que ouviram no teaser… mas durante 45 minutos. Sabemos que o dubstep é odiado por muitos, mas nós gostávamos de conseguir mostrar algo diferente. Vamos lá ver o que acontece! A vertente eletrónica esteve sempre presente em Kandia, desta vez apenas foi introduzida de forma diferente.

SFTD: Qual é o estado actual do álbum? Ouvimos falar já num videoclip…
Kandia: O álbum está pronto para ser lançado. Gravado, misturado e masterizado, artwork aprovado, primeiro single escolhido… agora é a parte mais complicada… Acabar o investimento que começou com a gravação.

SFTD: Sabemos que para ajudar nesse investimento, num álbum que será mais uma vez lançado independentemente pela banda, estão a trabalhar num projecto de ‘crowdfunding’ (video seguinte). Sendo este um conceito relativamente novo em Portugal, podem explicar o que é e como funciona?


Kandia: Nós ficámos a conhecer o crowdfunding através do pledgemusic ainda na altura que andávamos a promover o ‘Inward Beauty|Outward Reflection…‘. Com a evolução da base de fãs portuguesa achámos que seria mais vantajoso para nós encontrar uma plataforma que pudesse facilitar a participação dos mesmos. Assim foi. O crowdfunding assenta no investimento dos fãs num produto que ainda não foi lançado e que depende deles para o ser. Basicamente contribuis com a verba que quiseres, desde 1€ e sem limite, sendo que a partir de um certo valor estarás a comprar um pacote, o que no nosso caso começa aos 10€.

SFTD: ou seja, há vantagens para quem vos apoiar…
Kandia: Desde os nossos CD’s anteriores ao novo, a t-shirts exclusivas, etc, é uma forma de ajudarem a banda e terem acesso a itens que não haverá em mais nenhum lado e antes de todos os outros. Ainda podem adquirir bilhetes para concertos com acesso ao backstage e ainda temos mais umas surpresas em breve. Ninguém está simplesmente a dar dinheiro, estão a mostrar que acreditam no projeto.
 
SFTD: o alvo definido não é limite: como poderiam aplicar um eventual excedente? 
Kandia: Naquilo que mais gostamos de fazer: tocar ao vivo! Se conseguirmos algum excedente será para começar a organizar uma tour pela Europa.

SFTD: Depois de ultrapassarem estes obstáculos, sairão com mais força para a estrada. Onde acham possível chegar com este disco? Conquistar as rádios e os portugueses? 
Kandia: Esta fase na nossa – ainda curta – carreira é mesmo decisiva. No fundo encaramos como o tudo ou nada no que diz respeito à confiança que os fãs depositam em nós. Eles estão a investir num produto do qual conhecem alguns minutos! Se conseguirmos isto será sem dúvida uma vitória, porque graças aos fãs poderemos lançar o álbum sozinhos e com o som que quisémos e não o que nos seria imposto. Com este disco achamos possível conseguir tudo, é preciso muito trabalho, mas temos que querer o máximo, de outra forma não valeria a pena. Queremos Europa, queremos Estados Unidos, queremos México e queremos novamente Japão,… E mais do que querer Portugal, queremos que esses países enumerados queiram a banda portuguesa.

Entrevista : Nuno Santos | SFTD Radio-Made in Portugal
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A SFTD Radio deseja os maiores sucessos aos Kandia e apela a quem queira apoiar este projecto que o faça JÁ na plataforma PPL Crowdfunding (clique no link). Neste momento a banda já angariou mais de 50% do montante base pretendido, ou seja, estaremos ja quase, quase a ver a luz ao fundo do túnel para o novo álbum, que se chamará All Is Gone.

Poderão vê-los ao vivo muito em breve, num concerto acústico com AntiMatter, no dia 3 de Março no Metalpoint no Porto.

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