Se noutros tempos os W.A.K.O. eram referidos como uma das grandes promessas do metal em Portugal, hoje são consagrados dentro de um underground que passa por algumas difículdades. A sua carreira já é feita de belas memórias. Poderíamos relembrar o wall-of-death na abertura de Soulfly no Coliseu em Lisboa, ou talvez o final de tarde memorável no Festival Ilha do Ermal. Talvez as suas passagens pelas Rockline Tribe, e não relembro apenas o ultimo festival, ou com Breed 77, recordo-me de uma passagem pelo Santiago Alquimista onde deram a conhecer a muita gente o novo ponto de referência da noite do público rocker/metaleiro da capital.
Uma década de memórias que compõe um sonho começado em Almeirim e que se alastrou pelo mundo fora, com tours internacionais promovendo o metal português da melhor forma possível.
O encerramento do Ritz Clube ditou que esta celebração fosse deslocalizada para um espaço já bastante familiar dentro da família do underground lisboeta, a República da Música.
Se nos tempos áureos do nu-metal, a tal Geração X pós-Pantera enchia recintos, fazendo frente aos lendários concertos no Dramático de Cascais, e onde a entrega do público era suada, no presente comprovamos tempos menos hospícios a tamanha comunhão. Restam poucos mas bons!
Na passada noite de sábado temia-se uma sequência da realidade de outros eventos semelhantes. Apostou-se numa promoção constante, onde as redes sociais mais uma vez funcionam a favor das bandas underground. O chamamento constante de Nuno Rodrigues e Cª foi correspondido e os fans compareceram em peso.
Peso é de facto a melhor forma de caracterizar os dois concertos da noite. Em comum têm um público dado ao metal de nova geração, que busca muitas referências à nova vaga de metal norte-americano ( e não só). Estes têm a lição estudada e os seus ídolos não se prendem apenas a uns Metallica. São conhecedores de causa, e não contemplam sem o devido valor.
O álbum de estreia “Humans” tem sido antecipado, concerto a concerto, e neste a banda avançou a data da sua apresentação para dia 19 de Julho, no mesmo recinto, com um belíssimo cartaz a condizer ( Switchtense; Revolution Within; Diabolical Mental State; Kapitalistas Podridão). Temas como « Not Enough», « Time to Reset» , «Mindwalker» e «No Respect» (solo muito ao estilo Jeff Hanneman) são exemplos te temas de calibre que apelam constantemente ao headbanging com ritmos rápidos e breaks com secções rítmicas viciantes. « Despise You All» é já o tema chave da banda, sendo já bem reconhecido entre os presentes.
« Shape of Perfetion» abriu as hostes mais uma vez, tal como o faz no ultimo álbum da banda, «The Road of Awareness» . “Soul be high, darkness fall when dreaming”, cantaram os fans numa madrugadora «Eternal Spiral» relembrando os tempos em que os WAKO vingavam no mercado com o seu primeiro álbum de longa duração, «Deconstructive Essence» de 2007.
Estes dois álbuns foram os pilares de um concerto distante dos de 2003/2004, sendo fácilmente explicado pela evolução, em todas as frentes, da banda tanto como colectivo como individual – em termos técnicos provam ser músicos de grande nível.
Uma bomba lançada em «Dissonant Dark Dance» foi seguida de uma «My Misery» presentada como aquela balada que todas as bandas de metal têm de ter. A voz de Nuno é de tal forma grave que torna este tema algo singular.
A WAKO Army têm uma relação de proximidade com a banda, e Tiago Mesquita proporcionou um belo momento ao partilhar o palco com os seu ídolos a cargo da guitarra, num momento que certamente ficará perdurará na memória deste 10º aniversário.
Num futuro próximo os W.A.K.O. vão voltar a fazer uma tour por terras de Sua Majestade a par dos Breed 77 com quem partilharão o palco também em Portugal a 27 e 28 de Setembro, na República da Música em Lisboa e no Canecas Bar em Paços de Ferreira.
A Songs for the Deaf Radio deseja aos W.A.K.O. os parabéns por uma bela carreira que esperemos durar, pelo menos, outros dez com agendas preenchidas e novos álbuns ao nível dos primeiros!
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