A segunda edição da Feira da Música de Beja foi marcada pela presença dos Antimatter, banda de culto britânica, formada por Mick Moss e Duncan Patterson (ex-Anathema) no ano de 1998, mas é actualmente liderada exclusivamente por Mick, com quem tivemos o prazer de falar abertamente após o concerto.
A tarde prometia e foi no jardim interior da Casa da Cultura que assistimos a um concerto acústico, bastante intimista, onde Mick Moss, de guitarra em punho, pedal de loop e com uma voz quente e distinta.
As covers interpretadas de uma maneira sempre singela e sentida cativaram desde o primeiro instante a audiência que teve o prazer de ouvir interpretações de Iron Maiden, The Doors, Alphaville, Pink Floyd, Frankie goes to Hollywood, entre outros.
Foi já perto da meia-noite, com algum atraso, que após o concerto dos portugueses Miss Lava os Antimatter subiram ao palco, a noite prometia e na atmosfera sentia-se uma profunda admiração por uma banda cujas canções transbordam fortes emoções.
Foi com o tema Paranova do álbum “Fear Of A Unique Identity” que se iniciou o que seria uma avassaladora demonstração de como o simples consegue ser eficaz e resplandecente no que diz respeito a emoções, perdição e contextos sociais. Seguiram-se temas de vários álbuns, entre eles alguns do novo “The Judas Table” que foi lançado a 9 de Outubro, como “Killer”, “Can Of Worms” e “Stillborn Empires”. O álbum fala acerca de traição e retracta as personalidades de indivíduos com características em comum, como o narcisismo, desonestidade e egoísmo. O álbum, com excepção ao primeiro single “Black Eyed Man”, não apresenta uma componente progressiva, visto que hoje em dia é uma tendência comum nas bandas com uma base semelhante, conforme Mick Moss nos confessou: “Quis que o álbum fosse o mais simples possível à excepção do que está a acontecer com a maioria das bandas.
Tivemos também a oportunidade de ouvir músicas do 1º álbum “Saviour” de 2001, como “The Last Laugh” e “Over your shoulder”.
Porém o momento mais emblemático da noite foi quando o guitarrista Luís Fazendeiro subiu ao palco e tocou juntamente com a restante banda o tema “Gagging order” do projecto Sleeping Pulse ( que compôs juntamente com Moss) tema arrepiante, com um dos refrões mais sonantes a nível de melodia vocal e guitarra.
Seguiram-se temas de “Leaving Eden” de 2007, talvez um dos melhores álbuns da banda, “Leaving Eden”, “Redemption” e finalmente já no encore a magnifica “Another Face In A Window” que mereceu um aplauso sentido por parte da audiência que no final ficaram com a fome saciada e com a pele de galinha, sinónimo de missão cumprida por parte do colectivo.
Texto e fotos (improvisadas num smartphone): Tiago Silva
Vídeos do Canal Youtube Susana Gonçalves
Foi tão bom =)