No passado sábado, 20 de junho, o In Live Caffé, na Moita, abriu as portas para receber a Black Summer Night, evento incluído na Unleashed Tour 2015, dos Frost Legion.
Noite de black metal, pois claro, que contou ainda com os convidados Dawn of Ruin e Solveig para compor ainda mais o cenário negro com algumas nuances interessantes, como veremos adiante.
O In Live Caffé teve boa casa, mesmo com a temperatura amena no exterior, o que nos faz concluir que o subgénero black metal tem público e dos bons, daquele que não arreda pé durante toda a noite e que aprecia bandas novas com projetos promissores.
Foi neste bom ambiente que os Solveig iniciaram os concertos, apresentando o seu black metal com influências de black metal atmosférico e ambiental. Já os tínhamos visto em maio passado e cumprimos a promessa de voltar a vê-los brevemente. Mais uma vez, não nos desiludiram.
Continuam a apresentar o seu corpse paint e uma atuação bem planeada, com movimentações em palco (e fora dele) e paragens nos tempos certos, conseguindo agarrar o público por estes momentos encenados. Também as guitarras continuam a protagonizar excelentes passagens melódicas.
Apenas quatro temas (Echoes of Time, Unvorsum, Way of the Sun e Stellar Grave, esta última incluída na demo Enlightenment – Craving a Veil of Stars) inundaram a sala do In Live Caffe da atmosfera negra que se pretendia e fizeram-nos ansiar pelo lançamento do seu EP, no qual já se encontram a trabalhar. Nota-se que a banda continua a evoluir e que tem características que poderão fazer adiferença no cenário metaleiro. Destacamos o tema Stellar Grave, o bom trabalho do guitarrista Eternal e o irrepreensível vocalista Vast.
A verdade é que o black metal continua a proporcionar-nos boas surpresas. Desta vez, foram os Dawn of Ruin, que já conhecíamos no registo áudio, mas que, ao vivo, protagonizam uma atuação, no mínimo, perturbadora. A banda de Loures existe desde 2003 mas, oficialmente, desde 2007, e tem passado por mudanças frequentes no seu line-up (ainda nesta noite, apresentou o novo baixista), tendo conseguido maior estabilidade a partir de 2012, o que resultou no lançamento da demo Poço da Infâmia, em 2014.
Já conhecíamos o vocalista Pedro Sousa no registo death metal da banda Derrame mas ficámos, agora, surpreendidos ao vê-lo na pele de Carpathian Wolf, ao produzir um registo mais agudo, quase em modo recital, associado a uma postura admirável em palco, carregada de drama.
Dawn of Ruin marca a diferença ao apresentar temas de black metal em português, sendo esses, precisamente, os que considerámos mais fortes e interessantes em toda a atuação. Destacamos o tema Nihil Est, cujas variações no ritmo a tornam envolvente, com os bons solos de guitarra, numa interpretação com final arrebatador, na qual se calaram, um a um, todos os instrumentos, restando apenas a voz e o baixo.
Para além dos quatro temas que constam no EPPoço da Infâmia (Ekhidna, Descanso Eterno, Morte Vermelha e Poço da Infâmia) tocaram também os temas Satan’s Blood e Nihil Est e tivemos ainda direito à estreia de O Medo, mais um tema em português.
E eis que sobem ao palco os Frost Legion, ansiosos para fazer disparar o seu black metal puro e duro, que já conhecíamos do Breakdown Metal Fest, mas que está em franca evolução.
A banda de Bobadela, fundada em 2008, tem estado a divulgar o seu primeiro álbum Death of Mankind, lançado em janeiro de 2014, e apresenta-se com uma segurança crescente, um som forte e com a técnica cada vez mais aprumada. Sentem-se as influências de bandas como os suecos Marduk ou os noruegueses Mayhem e Darkthrone na produção deste som que, de facto, não é para qualquer público. Quem lá esteve, sentiu-se, certamente, subjugado pela rapidez extrema dos temas, que também apresentam grande carga emotiva, mas cujo principal objetivo é um som devastador.
Mantivemos o olhar preso às movimentações nervosas do vocalista Catharsis, que se mostra com maior à vontade em palco. Para além de apresentar evolução na voz, assume uma posição de domínio e de controlo da atuação, mesmo quando sai do palco e se mistura com o público, deixando osrestantes elementos a mostrar o poderio da banda. E neste quadro negro de devastação, sobressai ainda o guitarrista Nelson/NecroDeathMortum (também Derrame), que nos ficou no ouvido.
Grande parte da setlist baseou-se no álbum Death of Mankind mas ouvimos ainda outros temas, tais como Deathcrush ou Noite Gélida, embora não destaquemos nenhum em especial, pois a atuação de Frost Legion caracteriza-se pela constância do som poderoso e rápido, não perdendo força em momento algum do concerto.
E terminou assim a Black Summer Night, com bandas e público visivelmente satisfeitos. Gostámos da iniciativa e arriscamos sugerir uma segunda, para avivar o género e incentivar projetos futuros. Até breve m/.
Texto: Sónia Sanches
Fotografias: António Gaspar (todas as fotos no Facebook SFTD-Made in Portugal)
Agradecimentos: Paula Antunes
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Solveig @ Black Summer NightReport completa: http://tinyurl.com/pok22h4
Posted by SFTD Radio – Made in Portugal on Sexta-feira, 26 de Junho de 2015
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