Peste & Sida @ Festival Bardoada e AJCOI |
Mais uma vez, a Associação Juvenil COI e o grupo Bardoada (Grupo do Sarrafo) uniram esforços para a realização de mais uma edição do Festival Bardoada e Ajcoi, durante os dias 2 e 3 de outubro, no Espaço Contrafacção, no Pinhal Novo.
Seguiu-se Branco, para nós, a surpresa (agradável) da noite. Não esperávamos uma associação tão interessante entre o rock e o hip hop e, mais ainda, não contávamos ficar inebriados pelas notas do sampler, enquanto tentávamos, em simultâneo, absorver o conteúdo das letras. Como se isso não bastasse, ainda sentimos a força das guitarras a acompanhar a carga emotiva da mensagem. Se a qualidade do som tivesse permitido captar toda esta informação com maior definição, provavelmente, haveria lugar a arrepios. Guardámo-los para a audição do álbum de estreia “Camelot”, lançado este ano, e desta atuação, destacamos a faixa “Pnm” (Palavras não Magoam), da qual gostámos particularmente.
A atuação dos Moe’s Implosion já contou com casa um pouco mais composta. A banda do Montijo invadiu o palco com a sua experiência de quase dez anos e criou um ambiente de rock alternativo, com incursões eletrónicas interessantes, ritmo bem marcado pela bateria e boa capacidade interpretativa da parte do vocalista. Contam já com um EP e dois trabalhos de longa duração, sendo “Savage” o seu segundo álbum, lançado em 2014.
A banda Um Zero Azul mostrou-se visivelmente satisfeita por estar presente neste festival, uma vez que o Pinhal Novo é o berço do projeto UZA. O público reagiu muito favoravelmente a este rock ligeiro, com pinceladas eletrónicas, letras simples mas emotivas e melodias fáceis de acompanhar, que produzem, fundamentalmente, boas e agradáveis canções. Trata-se de um trio com quem se simpatiza facilmente e que mantém boa interação com o público. Destacamos os bons momentos do solo de bateria de David Sequeira e o tema “Quem não quer ver?”, bem conhecido, originalmente com a participação de Tim, dos Xutos e Pontapés.
Já com casa quase cheia, a banda surgiu muito forte, confiante e pronta para mostrar o estado de maturação em que já se encontra e no qual David Pais, o ainda recente vocalista, se encaixa perfeitamente. Sentimos, várias vezes, que a voz deste vocalista e a bateria de Arlindo Cardoso se associam num conjunto que não dá tréguas, mantém o público refém e surpreende-o ao longo da atuação. Não há lugar aqui para momentos de destaque, pois se a memória ainda nos permite ouvi-los, ao longe, poderosos do início ao fim.
E finalmente, os cabeça – de – cartaz, Peste & Sida, surgiram do alto dos seus 25 anos de carreira, subindo ao palco para um público que ansiava por vê-los e que, a esta hora, já enchia o espaço do Bardoada. Fizeram o concerto esperado: durante cerca de uma hora, os clássicos da banda desfilaram para gáudio dos fãs que, às 2h da madrugada ainda se mantinham, fiéis, à sua espera. Foi assim que ouvimos temas como “Está na tua mão”, “Orgia paroquial”, “Bulé, bulé” e “Chegou a hora”, entre outros, selecionados para esta noite.
Não há dúvidas que foi espétacular,mais uma vez agradeço e dou os parabéns á organização deste
grande,grande evento cada vez melhor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!