Cerca das 23 horas, quando dentro da sala não estariam mais de sessenta pessoas, subiam ao palco os Analepsy, banda lisboeta formada recentemente, encontrando-se ainda a dar os primeiros passos, mas poucos acreditariam nisso pois, donos de um elevado nível técnico, lançaram sobe o público o seu Brutal Death Metal, agressivo, veloz e pesado, e não demoraram muito a quebrar a timidez inicial da plateia.
À ‘intro Neo-Born Virus’ seguiu-se ‘Colossal Human Consumption’, o single ‘Genetic Mutations’ (2014) chegou numa altura que o público já se encontrava em comunhão com a banda, Headbanging e aplausos sucediam-se ao ritmo das músicas, ‘Worm Putrefaction’, ‘A Bleak Future’ (cover dos Pathology), ‘Post Incubation Period’ e ‘Viral Disease’ finalizaram o set, durante cerca 30 minutos muito intensos, não sem antes a banda ter cedido ao apelo da plateia por mais, repetindo a malha ‘Post Incubation Period’ à qual o público respondeu com o primeiro circle pit da noite.
A pisarem os palcos nacionais desde 2002, tem cimentado ao longo dos anos um lugar predominante no underground nacional, seja através da qualidade da música que compõem (a sua discografia conta já com uma demo, um Ep, um split, dois álbuns e um DVD) ou pela intensidade das suas atuações ao vivo, é impossível falar da atual cena metal nacional sem fazer referência à banda da Moitas.
Sem espaço na setlist para a demo One Beautiful Crash (2004) ou para o Ep Brainwash Show (2006) desfilaram temas dos álbuns Confrontation Of Souls (2009) e Switchtense (2011), bem como malhas mais recentes que vieram semear entre os presentes um firme desejo pelo anunciado álbum novo. Iniciaram com o tema ‘Face-off’ provocando de imediato um turbilhão de headbangings, na música seguinte ‘Second Life’ já estava instalado o moshpit que duraria o concerto todo.
O vocalista Hugo, interactivo e energético, reclama para si cada centímetro do palco, liderando a banda por entre tempestuosas ondas de bom thrash metal, rápido e agressivo, o público mergulha atras da banda, com energia, lançando-se em moches, circle pits, stage diving e cantando. Hugo não hesita em partilhar o microfone com os fãs confiante que aquele era o seu público. ‘The Right Track’, ‘Unbreakable’, ‘State of Resignation’, ‘ Concrete Walls’, ‘Into The Words of Caos’, ‘Ghost of Past’, ‘ We Will Always Be The Same’, ‘ Infected Blood’ e ‘This is Only The Beginning’ compuseram a restante setlist. Pelo meio cantou-se os parabéns ao guitarrista Nuno Pardal e houve agradecimentos ao público pelo apoio às bandas nacionais e elogios à sala e às condições da mesma. No final o público acorreu ao palco para cumprimentar a banda antes desta descer do mesmo sobe um coro de aplausos.
Foi já muito perto da 1 hora que os Grog subiram ao palco.
São 23 anos de carreira, números impressionantes para a cena nacional, talvez ainda mais tendo em conta que se trata de uma banda de Grindcore, mas efetivamente os Grog não são uma banda qualquer, são a maior referência nacional no capítulo da música mais extrema, tendo inclusivé ganho boa reputação fora de portas como se pode atestar pelos contratos com editoras internacionais. Iniciaram com uma malha nova ‘Cardiaxe’ e provocaram logo nos primeiros acordes um moshpit que seria incessante durante todo o concerto, a bateria dispara blastbeats, as guitarras compõem riffs pesados e agressivos e a voz de Pedro Pedra produz vocalizações fortes oriundas das profundezas das suas entranhas que percorrem toda a sala num ritmo absurdamente veloz. Pedro prometeu “escavacar” o público, prometeu e cumpriu, ‘Stream of Psychopathic Devourment’, ‘ Beyond The Freakish Scene’, ‘Sphincterized’ e ‘Ravenous Loathing’ serviram não só para manifestarem a qualidade do álbum Scooping the Cranial Insides (2011) mas também para cumprir a promessa, moendo os ossos e dilacerando a carne num festim de mosh e headbanging. Viajaram ate ao álbum Odes to the Carnivorous (2001) com a musica ‘NecroGeek’ antes de um dos momentos altos da noite, Jonhie dos Simbiose subiu ao palco, para cantar a malha ‘Splashterized Autopsy’ naquela que foi uma muito celebrada reunião de pesos pesados da música extrema nacional, de tal modo que Jonhie teve direito a sair do palco num stage diving improvisado, levado em braços pelo publico. ‘Gore Genoma’ foi mais uma música nova que tocaram e tendo em conta a reação da plateia, existe muita gente ansiosa por um novo álbum, seguiu-se uma longa viagem pela sua basta discografia que teve como momentos altos o tema ‘ Hanged By The Cojones’ e ‘Barbie Doll Fuck em all’ dedicada às “meninas”.
A sequência ‘Blood in My FaceCannibalistic Devourement’ do album Macabre Requiems (1996) deu por encerrado um concerto que citando o vocalista serviu para “poupar no ginásio” mas também para mostrar a vivacidade da banda e do seu público mesmo após 23 anos de carreira.
Texto: Henrique Duarte
Fotos: Nuno Santos (mais fotos da nossa página abaixo)
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