O Outono começa lentamente a bater à nossa porta, mas não é por isso que se fica sentado em casa com medo do frio, enquanto existem espetáculos impossíveis de se perder. Foi então na passada quinta-feira que o RCA CLUB – a nossa tão acarinhada sala – recebeu três bandas da Noruega que prometiam aquecer a noite.
RendezVous Point foram os primeiros a pisar o palco, mas não foi por isso que a sala estava longe de se aclamar “cheia” – muito pelo contrário – estes noruegueses conseguiram manter uma sala bem composta ao longo do concerto. Prova de que deram um bom concerto, não acham?
Dos cinco elementos em palco, dois deles já nos eram familiares – um dos guitarristas de Leprous e o baterista. Com apenas direito a trinta minutos em palco, esta pequena mas promissora banda não se deixou intimidar, muito menos mostrar falinhas mansas, e mostraram que mereciam o seu lugar naquela noite!
A noite ainda se fazia pequena, mas eis então que surge algo que poucos já haviam visto. Sphere presenteou-nos com um palco rico em cores néon, como o azul, vermelho, verde e amarelo que dançavam ao som do ritmo das músicas. O palco estava algo de inexplicável com o logo dos mesmos no fundo a prender-nos o olhar, pois adivinhem… o próprio logo lançava luzes ameaçadoras também ao ritmo das músicas. Para além de todo este ambiente criado, é essencial referir que era impossível distinguir o nosso batimento cardíaco com o som de qualquer outro instrumento, principalmente do baixo.
Duas guitarras de oito cordas e um baixo de seis cordas, foram razão suficiente para fazer barulho que se ouvisse em toda a rua. O baixo parecia saído de alguma mente excêntrica, todo ele repleto de luzes néon vermelhas. A atmosfera, os movimentos de cada elemento em palco, os olhares agoniantes de Isak Haugan e a música em si, compuseram muito bem aqueles quarenta e cinco minutos que mais pareceram cinco. Impossível não ficar hipnotizado com tal espectáculo.
Duas guitarras de oito cordas e um baixo de seis cordas, foram razão suficiente para fazer barulho que se ouvisse em toda a rua. O baixo parecia saído de alguma mente excêntrica, todo ele repleto de luzes néon vermelhas. A atmosfera, os movimentos de cada elemento em palco, os olhares agoniantes de Isak Haugan e a música em si, compuseram muito bem aqueles quarenta e cinco minutos que mais pareceram cinco. Impossível não ficar hipnotizado com tal espectáculo.
A noite já cobria todo o céu, o frio arrefecia os corpos que saíam do RCA assim como quem diz “voltem para dentro, ainda não acabou” – e não tinha mesmo acabado.
Leprous preparava-se para subir ao palco. Quatro televisões estavam expostas de forma a ocupar grande parte do palco, mas as suas imagens ainda eram uma incógnita. As televisões ligam-se, e o grave início de The Flood começa. A voz de Einar Solberg começa a enfeitiçar cada par de olhos presente no público. Impossível não ficar perplexo com a magia criada em palco, a sonoridade de cada instrumento em profunda ligação com as imagens que passavam. Se os instrumentos se calavam, as imagens também.
“The Congregation” marcou presença na maior parte do concerto, o que para muitos não parecia ser problema visto que o público sabia as letras! As televisões continuavam a prender-nos. As imagens dançavam, em perfeita harmonia e num tempo quase que perfeito. A presença em palco da banda norueguesa não nos deixava descansar os olhos. As vozes conjuntas arrepiavam, mas o essencial era que mesmo após dois anos da sua última vinda a Portugal, os Leprous continuavam a surpreender pela positiva.
Forced Entry, foi a escolhida para o encerro do concerto. De volta a 2012 com o álbum Bilateral, não podiam ter escolhido melhor maneira de finalizar uma noite de excelência.
Texto: Mariana Pisa
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