[Report] Mata Ratos, Holocausto Canibal, Cruz de Ferro e convidados @ República da Música

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Eis então que mais uma vez a República da Música recebe uma matiné que se prolonga até de madrugada, com muitas cervejas a rodar e muita conversa, para receber o 2º Artilharia Pesada.

Com um EP intitulado ‘Red Blood Stains’ a sair já nos finais de Setembro, os Deadlyforce estrearam o palco no passado sábado, 13 de Setembro. ‘Withcraft and Blood’ foi a música que deu início ao concerto que deixou as poucas pessoas que estavam no público de boca aberta com a poderosa voz do vocalista, composta por agudos limpos. ‘Grayman’, ‘The Tunnels Beneath’, ‘Red Blood Stains’ e ‘Whitechapel’ foram músicas que compuseram o concerto dos Deadlyforce, mas o que conseguiu captar a atenção do público, foi mesmo a espantosa voz de Flávio Lino, assim como a sua capacidade de afirmação em palco e vontade de pôr o público ao rubro e com os braços no ar. ‘From This Hell ‘concluiu o primeiro concerto de uma tarde que já se fazia quase noite, mas ainda muito nos esperava!
‘Into Ashes’ deu início a mais um concerto, dos Toxic Room! Com guitarras em padrão tigresa, e uma atitude incrível em palco, a banda que apresentava os membros mais novos daquela noite, não tardou a mostrar que a idade não interessa, pois estes estavam prontos para rebentar com a República da Música.
 ‘Soulbound’, ‘Don’t Tell Me About My Dream’, ‘Stop Being Blind’, ‘Watching You’ e ‘Little Piece of Hell’ fizeram parte de uma setlist que ainda tinha uma surpresa, uma nova música nunca antes tocada ao vivo e que estava prometida para o novo álbum, ‘Black Sheep’. A conjugação das vozes entre o vocalista e o baixista criaram riqueza nas músicas e mostrou o porquê de Alexandre (vocalista) ter ganho o seu lugar como vocalista dos Midnight Priest. Sem muito mais para adiantar, a noite ainda estava para chegar e não havia espaço para descanso, pois o que a malta queria era continuar os concertos!
Mass Disorder desempenharam o papel de finalizar a primeira parte da noite. Começando com ‘Dead Man Walking’, esta banda do outro lado do rio, provou logo daquilo que era feita deixando assim o público extasiado com a sua presença em palco. ‘Powerdrill’, ‘A Chronic Lie’, ‘Human Trash’ e ‘The Way To Our End’ compuseram o concerto, mas na minha opinião, a música que mais chamou a atenção foi a ‘Kingdom of Submission’ graças à introdução que esta levou, em que o vocalista falou sobre as “falcatruas” do mundo. Mass Disorder mostraram ser dignos do palco que pisavam, e deixaram-nos ir para a hora de jantar com vontade de mais, pois a sua presença em palco foi incrível.
Após um belo intervalo para jantar e trocar mais uns dedos de conversa, começaram a surgir caras novas na República da Música, e ao contrário do que se pensava, a sala já estava um bocado mais cheia.

A substituir Decayed, os Cruz de Ferro entraram logo a matar após este grande intervalo com ‘Morreremos de Pé’.

Agora já se via um público mais familiarizado com as músicas, pois não se ouvia só a voz de Ricardo Pombo, mas também de muitas das pessoas do público. ‘Auto-de-Fé’ e ‘Glória ao Rey’ foram as músicas que se seguiram, assim como uma nova intitulada de ‘Santiago’, pronta a sair no próximo álbum. Os Cruz de Ferro não querendo que esta música passasse despercebida, pediram ao público para que a cantassem com eles sempre que dissessem “Santiago”, e assim foi, as vozes do público e de Ricardo Pombo unidas numa só. ‘Defensores’ e ‘Guerreiros do Metal’ foram as músicas que se seguiram e que terminaram em grande o concerto que reiniciara a noite!

A apresentar o novo álbum ‘Larvas’ lançado este ano, Holocausto Canibal fez-nos lembrar de que a noite estava a chegar ao fim, mas ainda não era tempo para ir embora mas sim para continuar a “curtir” os concertos! Com um género completamente diferente de todas as outras bandas e com uma atitude mais adulta e profissional de quem sabe aquilo que faz, começaram com ‘Cortex’, ‘Lactofilia Destalhada’ e ‘Prepúcio Obliterado’.
Posso assumir que foi o concerto que teve mais pessoas no público e com a maior , pois as músicas não tinham mais de 3 minutos mas valiam cada segundo. ‘Vulva Rasgada’, ‘Afogada em Vómito’, ‘Punição Anal’, ‘Violada Pela Motoserra’, ‘Holocausto Canibal’ e ‘Infecção’ fizeram parte do alinhamento desta banda de death/grind que tem dado tanto que falar em Portugal como em outros países. Desde a sua última visita à capital, notaram a diferença no espaço ocupado pelo público, mas nem assim se deixaram intimidar e fizeram com que todas as larvas que houvessem (ou não) na República da Música fugissem!

Após um pequeno intervalo começa-se a ouvir uma sirene, o último concerto estava para começar! 

Quem desempenhou o papel de terminar a noite, foram os míticos Mata Ratos. ‘Napalm na Rua Sésamo’ foi a música que deu início ao concerto mais divertido da noite, pois a atmosfera era de uma pura família mas com muitas caras novas que não se viram nos outros concertos. ‘Rock Radioactivo’, ‘Dança com a Merda’, ‘Deus’, ‘És um Homem’, ‘Amor Eterno’, ‘Ratos’, ‘Pobre’, ‘Xu-Pa-Ki’, entre outras, compuseram um dos concertos, se não o mais esperado da noite. Um público que antes se acusava tímido, era agora um público com vontade de gritar, de cantar e de abanar o capacete com as suas cervejas na mão!
A maior parte das música foi o público que desempenhou o papel de cantar, mas o que realmente chamou a nossa atenção no concerto de Mata Ratos foi quando o vocalista, em ‘Inocente’, se juntou ao público e cantou com os mesmos. Se já não bastava as várias surpresas ao longo do concerto desta mítica banda punk portuguesa, quando o concerto acabou ainda deu tempo para mais uma música em que quase todo o público subiu ao palco para cantar, ‘A Minha Sogra é Um Boi’.
A tarde e a noite tinham acabado, e mais uma vez a República da Música recebia bandas incríveis e um público incrível mas quero salientar que no mesmo fim-de-semana houve a primeira edição do Reverence Fest, e um outro concerto no RCA e que portanto, a sala recebeu menos gente do que o esperado, mas as bandas não deixaram de ser bem recebidas e o público não deixou de estar em plena festa.

Texto: Mariana Pisa
Fotos: Joana Mendonça (todas as fotos na nossa página Made in Portugal)

Videos cedidos por Rui Bastos:


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