Reportagem do primeiro dia do festival Vagos Open Air 2011

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A entrada em Calvão fez-se tranquilamente, mas à medida que nos aproximávamos do recinto do festival o movimento de carros e pessoas aumentou consideravelmente. Apesar dos lugares de estacionamento serem já escassos nas proximidades, lá encontrámos um recanto onde deixar o carro e caminhar em direcção ao espaço reservado para o festival. Chegados ao espaço, pudemos contemplar a bonita lagoa e os espaços verdes circundantes de onde se destacava uma esplanada já recheada de fãs em cujas T-Shirts podia ler-se Opeth, Anathema e Vagos Open Air 2011. Foi assim que foram aproveitando o sol que sorria agradavelmente naquele dia.

A zona do acampamento estava muito bem composta. Tendas a perder de vista e uma quantidade incontável de gente que ia, vinha ou simplesmente convivia entre amigos num ambiente de festival animado e muito bem-disposto. O espírito festivaleiro foi contagiante desde o primeiro contacto e tudo o tudo o resto foi ficando para trás à medida que caminhávamos em direcção à entrada.

Acabados de chegar à bilheteira, já alguns amigos nos chamavam e nos inteiravam de como estavam a correr os concertos e apesar de algum descontentamento relativamente ao espaço dedicado aos campistas estavam muito satisfeitos com a prestação da banda que tinha acabado de tocar, “Essence deram um concerto brutal”. Infelizmente foi só no intervalo entre Essence e Anathema que conseguimos entrar, mas foi nesse período que aproveitámos para cumprimentar e conviver com os amigos e conhecidos que já andavam a desfrutar dos prazeres que o recinto oferece, bifanas bem recheadas, hambúrgueres, porco no espeto e o fantástico Hidromel ou a maravilhosa Super Bock, ambas lourinhas que cintilavam nas mãos à medida que caminhávamos para perto do palco.

O concerto ia começar. Os Anathema, com a participação do teclista português, Daniel Cardoso, entraram em palco e “Thin Air” invadiu o público, tornando o crepúsculo num momento mágico e contagiante. Infelizmente, na música “Summer Night Horizon”, houve uma falha de electricidade e a música, interrompida a meio, já não foi retomada. Foi com a frase “Sorry about that” com a pronúncia caracteristicamente inglesa, que introduziram para “Dreaming light”, momento mais calmo mas igualmente intenso. O público correspondeu ao espírito e na música seguinte ergueram os braços e bateram palmas ao ritmo de “Closer”. Mas os Anathema ficaram penalizados com falha de electricidade por duas vezes, em momentos altos da música “Empty”. No entanto, o público esteve sempre a apoiá-los e após a terceira interrupção, perguntaram: “Tudo bem?” e retomaram o concerto com “Flying”. Terminaram em alta, com “Fragile Dreams”.

Após o intervalo habitual para a troca de instrumentos e preparação do palco para a banda seguinte, entraram em palco Tiamat. Em “Children of the underworld” já o público participava em pleno. Um momento igualmente alto foi quando tocaram “The sleeping beauty” e terminaram com uma ovação geral, com a música “Gaia”.

Os Opeth abriram o concerto com “The grand conjuration”, iniciando um concerto de grande intensidade e qualidade. O público esteve sempre presente com palmas e espírito aberto para receber a noite mágica que se avizinhava terminar em pleno. Em determinada altura, Mikael Äkerfeldt, sempre muito comunicativo e bem-humorado, partilhou com os fãs que estavam a gostar muito de Portugal e que chegaram a ir à praia. Foi um momento de humor quando Mikael, um sueco, disse que as águas do mar em Portugal eram geladas. Fala igualmente na banda de cartaz do dia seguinte, Morbid Angel e menciona que temos muita sorte de vê-los porque são uma grande banda e eles são grandes fãs e é com esta frase que introduzem a música “In my time of need”, grande momento de ovação por parte do público. Outro momento alto foi quando tocaram “Master’s apprentice” e quando aparentemente terminaram o público quis mais e conseguiu que a banda regressasse ao palco para tocar “Deliverance”, o momento que deu por terminada um dia e noite de concertos em pleno.

Os concertos terminaram, mas a noite não se dava por finalizada, havia ainda tempo para beber algo fresco e ir até à zona das tendas onde podíamos comprar álbuns, roupa, t-shirts e ainda pudemos ouvir Megadeth, Pantera, Metallica e outras grandes bandas do Metal até altas horas da madrugada. E o segundo dia começava já.

Reportagem elaborada e escrita por: Miriam Mateus
Agradecimentos a: António Gaspar pelo apoio e colaboração na elaboração da mesma e a Nuno Santos pela reportagem fotográfica.

2 comments to Reportagem do primeiro dia do festival Vagos Open Air 2011

  • NS  says:

    Setlists do 1º dia :

    ==ANATHEMA==
    Thin Air
    Summernight Horizon
    Dreaming Light
    Everything
    Closer
    A Natural Disaster
    Deep
    A Simple Mistake
    Empty
    Flying
    Universal
    Fragile Dreams

    ==OPETH==
    Face of Melinda
    The Lotus Eater
    In My Time Of Need
    Master's Apprentices
    The Drapery Falls
    Hex Omega

    Deliverance
    (com intro Welcome to the Jungle)

  • NS  says:

    Esta é a minha 2ª vez em Vagos : o ano passado fui por curiosidade porque só Amorphis me puxava ao Norte, mas foi tão bom que este ano já fui com um belo grupo de amigos, incentivados também pelas minhas reacção ao de 2010.
    Qual o maior festival de Metal em Portugal ?
    Acho que a questão de ser maior não é subjectiva : o nome das bandas, a qualidade dos concertos e a afluência de pessoas é mensurável: não conheço o Barroselas Fest, mas não sei se conseguem ter meio campo de futebol ( e bancada ) cheios.
    Gostei imenso de quase todos os concertos ( com o à-parte de falhas eléctricas, que minaram o concerto de Anathema ) : é difícil imaginar levar com tanta qualidade no mesmo tempo e local. Além da magia (intermitente) de Anathema e do (curto) enorme concerto de Opeth, no Sábado levei uns belos pares de estaladões : Kalmah irreprensíveis e cativantes, Devin Townsend foi 'o' espectáculo de Vagos (one man show, com excelentes músicos e músicas) e Morbid Angel a devastação total, técnica e sonora.
    As bandas portuguesas (que vi no 2º dia) estiveram muito bem, We Are The Damned e Malevolence aqueceram os ânimos para o que vinha depois. Notei alguma indiferença na maior do pessoal : acho que as bandas portuguesas ainda não têm a atenção devida e merecida por parte do pessoal, e que é um grande erro consideram que qq coisa que venha do estrangeiro é à partida melhor do que o que por cá se faz.

    Avaliação das condições do festival :
    + Preço do passe de 2 dias para aquela cartaz
    + Preço das cervejas
    + Bifanas com substância no Clube
    + Tapete na zona do pelado, evitou as tempestades de pó que vi nos concertos de 2010
    + Acessos, parques e zona de campismo
    + Hidromel, aguardente com mel e a pastelaria Broa do João
    + DJ After Party (para quem lá estava a curtir)

    – Duches frios e casas de banho portáteis
    – Preço e quantidade do porco no espeto (era mesmo muito bom, mas…)
    – Problemas de electricidade e som nos concertos do 1º dia
    – Festa de recepção ao campista (se houve, onde foi?)
    – DJ After Party (para quem, nas tendas, teve sem dormir até às 6 da matina)

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