Para deleite dos fãs de Thrash a Prime Artists trouxe a Lisboa, mais precisamente ao Paradise Garage, a tour que junta Sepultura, Legion of the Damned e Flotsam and Jetsam, contando ainda com uma banda mais recente Mortillery.
A noite inicio-se com os Mortillery, banda canadiana que conta apenas com seis anos de existência e dois álbuns lançados. Com a sala a meio gás, mas com a frontwoman Cate McCutchen sempre a puxar pelos fãs presentes, houve muita gente a não ficar alheia à prestação desta jovem banda. Certamente a voz acorda a curiosidade de qualquer um, e a verdade é que a voz de McCutchen é realmente boa, com o poder e agressividade tão simbólicos do género. Voz combinada com performance e temos de facto, uma excelente representação da banda, no entanto, o instrumental em si não passa daquilo que temos ouvido repetidamente com o passar dos anos. No fim de contas foi um bom concerto mas nada de especial ou que nunca tenhamos visto. A banda tocou temas retirados dos dois álbuns desde “Creature Possessor”, “No Way Out” e para finalizar “I am Destruction”, tema presente apenas no vinil do álbum “Origin of Extinction”.
Seguiram-se então os veteranos do Arizona. Os Flotsam and Jetsam, banda pioneira do género, que apesar de algo repetitivo em termos de sonoridade, não deixam ninguém indiferente sendo uma das razões de muitos de se deslocarem até ao Paradise Garage. Fazendo jus ao seu emblemático nome, a setlist centrou-se principalmente em clássicos como “No Place For Disgrace”, “Dreams of Death”, “Iron Tears” e “Me”, mas foi no entanto em “Hammerhead” que a casa realmente veio abaixo e a audiência quase que como despertou. Para além de “Hammerhead”, outro momento alto foi a balada “Escape from Within” que mexeu notoriamente nas mentes dos fãs que cantaram cada palavra da letra. Excelente concerto que vai deixar algumas saudades em muitos dos presentes, foi também o concerto que teve melhores condições sonoras não tendo havido praticamente problemas técnicos.
Foi já com casa cheia que subiram ao palco os holandeses Legion of the Damned, bem conhecidos de grande parte da sala. A banda é já um dos maiores nomes no Thrash e levou ao delírio os fãs presentes. A sala é “pintada” de vermelho e a banda de Maurice Swinkels entra em palco com “ Mountain Wolfes Under a Crescent Moon”, tema retirado do último álbum “Ravenous Abominations” que saiu em Janeiro deste ano. Infelizmente, durante este primeiro tema, problemas técnicos levaram a que não se ouvisse a grande voz de Swinkels. Uma performance excelente, com os músicos sempre a puxarem pelo público, sem que este tivesse tempo de descansar, atingido por temas como “Son of the Jackal”, “Summon All Hate”, “Death’s Head March” e, como último golpe “Legion of the Damned”.
Enquanto os espectadores recuperavam o folgo, preparando-se para receber os lendários Sepultura, um nome que (quer queiramos quer não) acaba por trazer memórias, tendo marcado toda uma geração e influenciado muitas das mais recentes bandas de que tanto gostamos hoje em dia. Com Derrick Green já hà 16 anos encarregue da voz, são escusadas quaisquer apresentações. O inicio do concerto deu-se com “Trauma of War”, The Vatican” e “Kairos” retiradas dos últimos álbuns da banda, tendo o público aderido imediatamente à energia contagiante da banda. Ainda que a setlist, na sua maioria, tenha sido composta por temas dos álbuns já com Derrick Green, houve ainda tempo para clássicos como “Propaganda”, “Dusted”, “Desperate Cry” e ainda “The Hunt”.
Esta última começou a ser tocada apenas o ano passado como forma de celebrar os vinte anos de Chaos AD, explicou Andreas Kisser, que aproveitou ainda, em “Da Lama ao Caos”, para roubar o protagonismo e cantar por si mesmo o cover dos Nação Zumbi.
Esta última começou a ser tocada apenas o ano passado como forma de celebrar os vinte anos de Chaos AD, explicou Andreas Kisser, que aproveitou ainda, em “Da Lama ao Caos”, para roubar o protagonismo e cantar por si mesmo o cover dos Nação Zumbi.
É então que realmente começa a festa, com o desenrolar dos emblemáticos “Inner Self”, “Territory”, “Refuse/Resist”, as covers “Polícia” e “Orgasmatron” e ainda “Arise”, e “Ratamahatta”. Para fechar, como já é habitual, “Roots Bloody Roots” terminando assim a actuação, impedindo até o mais teimoso dos fãs da era dos irmãos Cavalera de ficar indiferente ou desiludido.
Texto: Marta Louro
Fotos: Marta Louro / Nuno Santos (todas as fotos na nossa página do facebook)
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