Mr. Miyagi, Bufalo, Los Saguaros, Stone Dead, Dreamweapon, Guerrera, Blue Pills, My Sleeping Karma, The Atomic Bitchwax
Dia 16 de Agosto no Festival SonicBlast respirava-se expectativa, depois dos maravilhosos momentos de música do dia e da noite anterior, que nos deixou ‘aguados’.
Desta feita encontrava-se uma fila na entrada para os concertos na AMIR e o dia estava quente, a piscina teve muitos mais adeptos e previa-se uma bela festa de Verão.
Enquanto esperávamos por mais agitação um dos membros de
Mr.Miyagi, o
Bita San pertence também a outro grupo, os
Demon´s Owl Company, que se apresentaram numa tenda de merch, com as suas tshirts com design de autor e outras novidades, um concurso de guitarra improvisado. Acompanhando uma música que saía de uma aparelhagem colocada na banca. Jacks ligados e Bita desafiava a tocar uma participação de guitarra às pessoas do publico que por ali passavam, para aceder aos comes e bebes e outras comodidades… uma bela surpresa registada pela SFTD. Como tenho vindo a dizer, este público especial faz da música o mote da sua participação e de uma forma genial esta promoção foi feita pela música. Um grande aplauso à
Demon´s Owl Company. Animação, arte e música, receita perfeita!
De repente o recinto está cheio, com muito mais público que no dia anterior aguardando o blast sonoro que viria do palco com uma banda de Caminha, os
Búfalo.
Num tom de Blues e rock old school bem ritmado, embalaram os que iam chegando e marcando lugar no relvado, junto às piscinas e o público fiel da terra ia cantando e dançando ao som dos temas ‘
A Stupendous Amount Of Wrongdoing‘ e ‘
Sunday After Dawn‘ retirados do seu novo trabalho ‘
Towards The Light‘.
Logo a seguir entram Los Saguaros, com o seu género Desert Rock’n’Roll e por momentos o palco parecia demasiado grande para esta dupla , formados em 2012 por Diogo Augusto (The Jack Shits, Sonic Reverends, Hell Hound) e Samuel Silva (The Jack Shits, Sonic Reverends) com uma guitarra, uma bateria que até de uma forma quase cómica, arrebataram a malta com os seus riffs e ritmos, colocando-nos no mood certo, de novo.
Sorrisos nos lábios e atentos à música. Diga-se que a tarde estava quente mas ninguém arredava pé da frente do palco para mergulhos, como referi na peça do dia 1, um público que vinha ouvir música.
Foi um concerto alegre e corajosamente os eléctricos
Los Saguaros desfiaram os temas do seu último trabalho a ser produzido pela
Hey, Pachuco com o nome de ‘
Yuma‘ , ainda sem data de lançamento, como por exemplo o single ‘
I Killed My Girl‘ e meteram todos sem excepção, a bater o pézinho com um tema que homenageia o grande actor Marlon Brando, fazendo um trocadilho e dando-lhe o nome de ‘
Walk like Brando‘. Singraram-se depois como um dos melhores concertos da tarde, num estilo puro punk rock, com o tema ‘
I´m Gonna Loose You’..fazendo as montanhas vibrar e ecoar a música na aldeia e chamando ao recinto o restante público, que acordava nas tendas a 5 minutos dali.
A tarde previa-se animada e entram os
Stone Dead, esta banda de Alcobaça que se encontrava em Tour com os
Burn Pilot, fez a sua passagem no Festival render.
Num som revivalista de puro hard rock o vocalista João Branco e a restante banda, foram o rastilho a arder para um público, que mesmo a derreter de calor, não saia da frente do palco para assistir atentamente. Por aqui ainda não são muito conhecidos como se viu quando tocaram o tema ‘Mother‘ mas causaram excelente impressão com direito a palmas fervorosas, quando tocaram os temas do seu último álbum ‘The Stone John Experience‘, ‘Evil Monkey e ‘Stone John’ com a ‘gaita de beiços’ como se diz por aqui ou mais conhecida por ‘hamónica’. Uma excelente atuação.
Para fazer jus ao nome do evento, eis que sobem a palco os ‘blásticos’ Mr. Miyagi. Esta banda de Viana do Castelo está em todas e não poderia faltar neste evento. Surpreendentemente o público levanta-se em massa aos primeiros acordes e obrigam a malta a retirar as toalhas do chão rapidamente, pois a festa ía começar.
Este foi o último concerto do momento da tarde no estilo Punk/Thrash/Rock´n´roll desta ‘crew’ com ‘skate na veia’ que literalmente explodiu com a energia do Ciso San em cima de palco, em cima das colunas e no relvado.
Não esperava tanta energia mas todo o recinto se rendeu à festa feita pela malta ‘da casa’ e a ‘familia’ não os deixou ficar mal, gerando uma ‘crowd’ e um ‘mosh pit’ em que o vocalista Ciso San também participou. E foram vertiginosamente, tocando os temas ‘Nothing Else Matters’ , ‘Out Again‘ depois com influência mais punk tocaram com uma energia viciante, com bateria ritmada, riffs de guitarra e o baixo do Bita San (‘San’ usado pelos membros da ‘crew’) com o groove perfeito para um vocalista ‘tolo’, tal como os temas ‘Wasted Time‘ e ‘Son of Evil‘ que deu direito a um mergulho colectivo para dentro da piscina no final.
No fim e de uma forma quase acrobática, o vocalista Ciso San subiu a uma das torres das colunas de som ‘chocando’ a audiência com uma atuação brilhante, fechando assim este primeiro momento de concertos, com a energia no máximo, despediram-se e agradeceram a todos os presentes e à organização este ‘fantabulástico’ momento de música e boa energia!
Mais uma pausa nos concertos e quase toda a gente regressa às tendas, ou aproveita para comer qualquer coisa no snack bar improvisado num espaço da Junta da Freguesia de Cristelo/Moledo ou na direcção do mar, nos cafés, como o Bar do Palma e restaurantes da Vila encantadora.
O dia esteve quente e o pôr do sol convida a um momento de relaxe. Acabam-se os reforços trazidos nas geleiras, cozinha-se nos camping gás ou compra-se qualquer coisa preparada de forma caseira, na banca montada junto à entrada do camping, onde os mais distraídos, podiam adquirir até uma cervejinha gelada, só faltava o café pois desde bolos, sandes, e fritos variados, tudo caseiro, estavam à nossa disposição e mais uma vez sentia-se a o acolhimento caloroso e tradicional do Alto Minho a estes festivaleiros que, todos os anos, já são muito aguardados por estas bandas.
De novo, toca a trompete e bradasse um ‘Olé’ em uníssono, como se quiséssemos avisar o mundo que estávamos prontos para a festa, de agasalhos vestidos e seguimos caminho.
Agora vamos falar do momento do bem equipado recinto ao lado da AMIR, aproveitando também para ver mais uns truques dos Skaters convidados, à entrada…é difícil descrever as emoções que afloraram em nós durante estes concertos, mas vou tentar.
A iniciar, num momento em que o sol aos poucos desaparecia no horizonte do mar por detrás de nós, os Dreamweapon sentiam em palco a ‘picada’ dos raios sobre si e devagarinho entoaram os temas do seu novo LP ainda por lançar, de uma forma hipnotizante fazendo o vale tremer e provocando alguma pressa do publico, em despachar a merenda para voltar ao recinto.
De cervejas em punho e correrias aos bares, o público vai aninhando-se à frente do palco como se a música fosse um ‘licor’ pós refeição a adoçar-nos a boca com sons electrizantes de guitarra e com percussões quentes e sedutoras, foram embalando a audiência, um perfeito momento depois da loucura dos concertos da tarde e de novo encaminhando-nos para o mood de peace, love and music.
Mais uma banda local, de Viana do Castelo, que nos encantou com os temas como ‘Let It Shine‘, que tem um vídeo que fala sobre a dança Butoh, faz-nos voltar aos tempos de Woodstock e ‘Fall’ trazendo a magia psicadélica ao final de tarde.
Como já referi, a maioria do público era galega e de outras partes de Espanha, então a banda que se seguiu, provocou num ápice o efeito ao contrário.
Como se tivessem bebido um café duplo de shot, os
Guerrera subiram ao palco, e como molas todos se levantaram e receberam a banda com palmas e exaltação.
Os Guerrera repetem a vinda a este festival mas de uma forma mais sóbria e amadurecida musicalmente e foram desfilando os seus novos temas, do álbum Mauna Loa. ‘Montaña y Fuego‘ foi o tema escolhido para abrir a actuação fazendo um perfeito e longo casamento com essa exacta paisagem que nos rodeava…as montanhas por detrás do palco e um sol vermelho que nos queimava as costas.
Entre o rock psicadélico protagonizado pelos dois guitarristas com o tema ‘Magma Y Trueno‘, blues, boogie e punk rock fez com que o recinto fosse ganhando alma e o público clamava por mais.
Os Guerrera mostraram a sua garra com alguns temas já conhecidos como ‘Under The Gypsy Sun‘, em modo acid rock com o ‘Dead Man‘ e o poderoso e rasgado blues do ‘Make Me Feel’.
Notava-se a alegria da banda por estar de volta ao festival e explodiu em palco, como todos esperavam, o Alejandro, simpático guitarrista e vocalista que não sossegou enquanto não deu tudo de si para satisfazer o público com um concerto ‘blástico’ como se viu com o tema ‘Ted Kaczynski‘. Uma bela e animada atuação.
Mais umas cervejolas e um ambiente ‘esfumaçante’ um momento de troca de sorrisos e expectativas até entrarem os
Blue Pills.
Foi amor ao primeiro acorde, esta banda sueca seduziu-nos do inicio ao fim da sua prestação! A vocalista
Elin Larson e a sua banda apresentaram-nos o álbum com o mesmo nome ‘
Blue Pills‘ no seu rock clássico mas renovado e provocaram neste público várias sensações quentes e envolventes. A fazer lembrar Janis Joplin e Stevie Nicks, os músicos tocaram o rock de ‘
High Class Woman‘, fizeram-nos pular com as batidas e guitarras frenéticas de ‘
Devil Man‘ e levaram-nos ao rubro com o tema ‘
River‘, o eléctrico ‘
Ain´t no Change‘ e encantaram-nos com os sons psicadélicos de ‘
Black Smoke’.
Mesmo habituados a actuar de dia, nos festivais que têm participado pela Europa, não precisaram de se mexer muito em palco para nos deixar apaixonados e rendidos à sua fenomenal sonoridade como foi com os temas ‘The time is Now‘, ‘Gipsy‘ e por último, o ‘Litle Sun‘. O público sorria em êxtase e parabenizava a organização por nos ter proporcionado este maravilhoso festival.
Com a alma cheia de música para dançar, eis que sobem a palco
My Sleeping Karma, mudando de novo a ambiência.
‘
Soma‘, um nome referido no livro de Aldous Huxkley ‘O Admirável Mundo Novo’ e como eles descrevem como ‘an intoxicating drink of the gods’, é o mesmo do trabalho que nos apresentaram. Esta banda, da cidade que acolhe mais jovens em risco social (Aschaffenburg) da Alemanha, deu-nos do melhor que se faz no estilo rock Psicadélico/ Stoner / Instrumental / Space e Rock Progressivo actualmente, com momentos acústicos,
riffs raivosos de guitarra e acordes, num concerto instrumental e intimista.
A acompanhar a música foram projetadas imagens em palco, provocando um transe massivo com o público de olhos colados no show e balançando in tempo com o enorme (em tamanho e como músico) guitarrista Seppi. Mattie, líder e baixista da banda acompanhava o seu guitarrista com um groove contagiante colado na bateria, deixando-nos em estado ‘alter ego’ em pura comunhão, com o que sucedia naquele momento, de quase comoção.
Num ambiente como este era impossível conter o sorriso que vinha de dentro, com a qualidade musical e assim agradecendo-nos o esplêndido vibe que existia no recinto, a banda arrasou num belo concerto com temas como ‘Psylocybe’ ,’Ephedra’ e ‘Hymn 72’.
Entre um público de ‘bucho cheio’ de música, usando uma expressão nortenha, sinto por momentos um alivio. Há muito que imaginava este espírito, num ambiente musical deste género, desaparecido, e quase desisti de acompanhar os cartazes e movimentos das organizações, que desunhando-se nos meios de comunicação, chamam público aos seus eventos.
Muito haveria a dizer sobre isto, mas quero publicamente assumir a minha confiança restaurada, na capacidade de fazer bem e com real objectivo, a de partilhar música com amigos acolhendo bem os que se juntam à festa.
Este espirito sempre caracterizou os festivais por cá e apesar da sua massificação, é com o SonicBlast possível reviver e de uma forma até deluxe, esse espírito! Ouvir música com amigos e levar recordações para a vida! Aconteceu comigo pessoalmente na edição anterior e aumentou exponencialmente nesta maravilhosa 4ª edição deste evento.
Por isso e pelo belo acolhimento, também a Songs For The Deaf Radio, agradece!
Depois disto, diriam que nada nos surpreenderia mais, pois desenganem-se porque os
The Atomic Bithchwax foram o clímax do evento!
Uma banda com mais de 20 anos de carreira e que já tinha passado pelo Duna Jam em 2012, sobe a palco e é à 2ª nota que reconheço o início do álbum de Pink Floyd, ‘The Wall’ e vejo uma mega projeção no painel do palco de um vídeo dos martelos bem conhecidos por nós todos, retirado do mesmo álbum. Assim começou o concerto com o público admirado.
Estes banda americana de New Jersey deu-nos um concerto visual e mexido, acompanhado de música de puro old school rock, de uma qualidade ‘blástica’ e de repente pareceu-nos que estávamos noutro lugar.
Com o artwork da capa do álbum ainda com data de lançamento por definir como pano de fundo, o tema ‘Giant‘ levou-nos directo aos anos 70, da maneira como foi tocado, em Jam mode. O eléctrico baixista solava desenfreadamente como se ninguém o segurasse, animando a malta que dançava e pulava ao som dos riffs e bateria poderosa, que vinha do palco.
No tema ‘Stork‘ a malta sentiu o rock e em total headbanging acompanhou o groove tremendo que saía do baixo e quase sem parar sempre a dizer ‘this one is a lot of fun’ seguiram para o tema seguinte, à moda de Black Sabbath e Funckadélic, ‘So Come On’ que gerou um crowdsurfing sobre as nossas cabeças.
Tocaram temas como o ‘Birth To Earth’, ‘ Gettin’Old’, ‘Hope you Die’, com punkalhada à mistura no ‘War Claw’ e a instrumental ‘Clow Car’, finalizando com um já conhecido tema desde o Duna Jam’12, o ‘Kiss the Sun‘ selando assim com chave de ouro, este evento ‘BLÁSTICO’ que nos proporcionou a organização e todos os envolvidos, nesta 4ª edição, toda a magia que só a música nos pode dar.
Obrigada!
By Stanana
Fotos by Michele Hasselti
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