Sábado (3º dia)
Depois dos espanhóis Rato Raro com o seu grind cantado em espanhol e os Marginal vindos da Antuérpia, entrámos na Dungeon para assistir aos Midnight Priest.
Esta banda portuguesa fez-me recuar no tempo com o seu
Heavy Metal purinho bem ao estilo
old school.
O seu último trabalho ‘Midnight Steel’ foi o mote para a actuação desta banda que fez muitos torcer o nariz mas não arredaram pé do recinto. Afinal o Heavy Metal é o ‘pai’ de muitos estilos de som aqui apresentado ao longo dos últimos 3 dias neste evento. Assim cantaram e encantaram com as suas malhas bem esgalhadas e surpreenderam tudo e todos com um excelente espectáculo bem rockado.
Os portugueses
RDB (
Raw Decimating Brutality) tiveram a honra de abrir o
Colosseum nesta ultima noite do
SWR. Esta banda conta já com 12 anos de existência e abriu o concerto com um vídeo alusivo aos seus temas favoritos: ‘Esperma’, ‘Estrume’ e em especial ‘Construção Civil’, demonstrando o seu lado humorístico e provocando o público num
moshpit bailado sem preconceitos e assim tocaram a demo de 2005 ‘
Sperm To Grind Your Ears‘, o split ‘
4 Ways Of Vomits & Murders‘ de 2006 e temas cantados em português do seu trabalho de 2011 ‘
Obra Ó Diabo!!!’ além de algumas novidades que farão parte de um próximo trabalho, que sairá brevemente, para começar bem a festa.
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Zatokrev |
Aquecimento feito e entra na Dungeon os Zatokrev vindos de Basileia na Suiça, no género Psychedelic Apocalypse Sludge Metal promovendo o seu trabalho ‘Silk Spiders Underwater’ e demonstrando a sua fúria intensa como por exemplo, nos temas ‘Loom’ e ‘Bleeding Island’, lançado no passado dia 13 de Abril.
E roda de novo o povo e entrámos no Colosseum para ver os franceses Benighted com o seu 7º álbum de Death Metal/Grindcore o ‘Carnivore Sublime’. Misturaram assim a brutalidade do grind com as melodias de death metal e deram-nos um concerto para nunca mais esquecer, tocando por exemplo, os temas ‘Spit’, ‘Collection of Dead Portraits’ e ‘June and the Laconic Solstice’.
Os americanos Nightbringer sobem ao palco da Dungeon a seguir, com o seu estilo Black Metal oferecendo-nos o seu mais recente trabalho ‘Ego Dominus Tuus’.
Composto por musica ‘Old school spooky’ envolvem-nos numa mística negra e ambiente misterioso, profundamente intenso e oculto com temas como ‘Salvation is the Son of Leviathan’ ou com o som de órgão de igreja no final do tema ‘Things Which Are Naught’, deixando-nos completamente rendidos .
Voltando às bandas nórdicas entram no
Colosseum os
Impaled Nazarene. Esta banda da Finlândia é das mais antigas de todo este grupo, que fará 25 anos de existência no próximo mês de Novembro e em modo
ultra speed niilist black metal, tocaram o seu mais recente álbum ‘Vigorous and Liberating Death
‘ abordando temas negros como o Satanismo, a Guerra Nuclear, o Sexo, a Violência, a Política e a Morte. Resumem-se numa palavra – Estrondosos!
Da Alemanha chegam-nos ao palco da Dungeon os AHAB, nome inspirado no livro de Moby Dick de Herman Melville e que nos contou histórias com a sua música no estilo Funeral/Nautic Doom Metal. Embalaram-nos com temas do seu trabalho de 2012 ‘The Giant’ e apresentaram-nos músicas novas que irão compor um novo álbum a sair, ainda sem data marcada, entre os meses de Agosto e Setembro deste ano. Assim a sequência ‘Deliverance (Shouting at the Dead)’ e ‘Time’s Like Molten Lead ‘com as suas melodias suaves, convidou-nos a uma pausa neste evento musical exaustivo, com solos de guitarra de excelência e qualidade.
Entombed AD era mais um grupo de músicos suecos muito esperados no evento e que merecidamente eram cabeça de cartaz neste 3º dia de festa. Até 2013 esta banda designava-se apenas Entombed mas devido a problemas na tour desse ano decidiram separar-se em duas bandas distintas, assim L-G Petrov, Olle Dahlstedt, Victor Brandt e Nico Elgstrand entraram em palco cheios de energia para nos apresentar o seu trabalho de Death Metal, ‘Back to the Front’ com temas criados ainda na anterior formação, mas renovados.
Considerado um dos melhores vocalistas do género, L-G Petrov e a sua banda ofereceu-nos um momento em grande com a sua actuação neste festival. ‘Pandemic Rage’, ‘Waiting for Death’ e ‘The Underminer’ foram alguns dos temas tocados num espectáculo potente que deliciou as hostes enchendo-nos as almas, mesmo exaustas, de muito boa música.
De volta à Dungeon e em jeito de mais um ritual satânico, juntámos-nos aos ingleses Lvcifyre que nos enfeitiçaram com o seu mais recente trabalho ‘Sun Eater’ lançado em Janeiro de 2014.
Tocaram temas dos dois sides do LP tais como ‘Night Sea Sorcery’, ‘In Fornication Waters’, ‘Liber Lilith’ e ‘Sinister Calling’ e foram venerados em mosh nesta missa negra digna dos adoradores de Lúcifer. Mais um bom concerto!
Seguindo a festa no Colosseum fomos assistir desta vez aos Skull Fist. Esta banda vinda do Canadá trouxe-nos um estilo Heavy Metal dos anos 80 e os presentes no evento alegraram-se com o seu mais recente trabalho ‘Chasing the Dream‘. É um trabalho divertido, speedado executado por excelentes músicos de onda old school.
As musicas são massivas os hooks nas guitarras são colossais e sem argumentos obrigam-nos a segui-los em headbang frenético e surpreenderam-nos com mais um bom concerto.
Já com a ‘lágrima no canto do olho’ o público encaminha-se para a recta final do evento para assistir aos portugueses, Cangarra.
Que bela surpresa de som intenso e envolvente de extrema qualidade musical que nos embalou nos momentos finais do SWR.
A banda trouxe-nos o seu ultimo trabalho em estilo jam session de fusão rock/jazz/doom/stoner, deixando fluir a música do EP ‘D‘ composto de 3 temas longos sem nome. A música sem labels foi-nos entrando no ouvido enquanto a chuva continuava a cair, sem parar. Mais uma boa aposta do SWR na diversidade musical que distingue este evento.
Jibóia, uma
one-man-band com
Óscar Silva, fechou este dia com um som ecléctico e bem ritmado que fez todos bater o pezinho e, animados, assistimos ao seu concerto com uma vontade de dançar com os seus sons eléctricos e orientais ao estilo de um encantador de cobras, do seu mais recente trabalho tocando, por exemplo, os temas ‘
Treta Yuga‘ e ‘
Kungpipi‘ fazendo o público que assistia serpentear as mãos ao alto numa viagem rock-hindu de muito boa qualidade.
Boa maneira de encerrar este brutal evento que nos sacudiu durante 4 dias, a alma.
A equipa SFTD deve agradecimentos à Demons Owl Crew e a banda Mr. Miyagi, que conhecemos o ano passado no SonicBlast, pelo ‘apoio logístico’ e simpatia durante este evento e também ao Guilherme Busato dos Destroyers of All pelas mesmas razões.
Houve muitas atividades como Futebol, Karaoke, Metal Quiz, competições Guitar Hero, Meet and Greet de bandas no Café SWR e DJ´s, mas teríamos que ter mais elementos da SFTD presentes para podermos dar cobertura a tudo o que acontecia ao mesmo tempo dos concertos das 3 salas, as tendas de merch das bandas, artesanato e no camping deste enorme recinto da Associação Desportiva de Barroselas. .
Com uma média de 8 horas por dia de música sem parar a SFTD desdobrou-se o mais possível para absorver um dos maiores eventos europeus de música Underground.
Mais uma vez parabéns à organização e à simpática equipa que nos recebeu e permitiu que nos deliciássemos com tanta e boa arte num ambiente fraterno único!
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