A Quinta do Ega foi o local escolhido este ano para acolher mais uma edição do Vagos Open Air. Esta quinta situada mesmo no centro de Vagos foi sem dúvida um local apropriado para o efeito, não só pelo seu espaço, como pela forma como foi organizado para acolher as centenas de pessoas que se deslocaram a mais uma edição deste festival.
Chegada ao local, fiquei impressionada com a visão do recinto, do espaço de lazer e a zona do acampamento. Estava tudo muito bem organizado e o espaço era verde e aprazível. Conforme ia descendo a rampa de acesso ao festival ia vendo o fluxo de pessoas, algumas ainda acomodando-se no acampamento, outras nas esplanadas que se encontravam à entrada do recinto. Aparentemente havia menos pessoas que no ano anterior, ou a configuração do espaço dava essa ilusão ou de facto o número de pessoas era inferior.
Para abrir o festival, subiram ao palco os portugueses Secret Lie. A banda que com pouco mais de um ano desde a sua primeira aparição pública, tem na sua formação músicos de outras bandas nacionais conhecidas, Pedro Teixeira, o formador da mesma e que pertence aos Corvos, Nuno Correia dos Forgotten Suns e Tó Pica dos Ramp. Apesar de ser uma banda um pouco mais comercial do que estamos habituados a ver nas edições anteriores, ficaram acima das expectativas e foram muito bem acolhidos pelo público presente a essa hora. Fizeram um alinhamento curto mas pesado. Do álbum começaram por tocar Sweet Sadness, Purify e de seguida um solo extenso de guitarra por parte de Tó Pica terminando com uma versão bem enérgica de Vivaldi. Apesar do pouco à vontade de Sara, a vocalista de 18 anos, fizeram uma prestação que mereceu os aplausos por parte do público. Terminaram com A Litle Taste of Fun.
Após um curto intervalo, seguiu-se a segunda banda portuguesa, Bizarra Locomotiva. A banda precursora do metal industrial em Portugal mais uma vez deu espectáculo. Para quem já está habituado a apanhar boleia nas várias ‘estações’ que a banda nos tem proporcionado, nota-se que a máquina está a funcionar cada vez melhor e é difícil não ficar contagiado com a energia que emanam. No tema Anjo Exilado, tiveram Tó Pica como guitarrista convidado e durante o concerto foram poucas as pessoas que não reagiram e pularam ao som da máquina. Mais uma estação bem sucedida.
A terceira banda a pisar o palco foram os finlandeses Moonsorrow. Esta foi a sua estreia em Portugal, apesar de já existirem desde 95. Subiram ao palco em tronco nú e como se estivessem ensanguentados. Tiveram uma boa reacção por parte do público e mostraram-se consistentes e com presença. O seu toque viking ao metal pesado que apresentam está muito bem conseguido e cativaram quem se encontrava na assistência.
Mais um curto intervalo e foi a vez da quarta banda se apresentar no palco. Evergrey, a banda sueca de metal progressivo, começou o seu concerto com velocidade, peso e energia. Os seus temas pesados e obscuros foram ganhando densidade à medida que o concerto avançava, coincidindo com o dia que também ia escurecendo. Após agradecerem ao público o seu respeito e solicitando igualmente o mesmo para as bandas que ainda iriam tocar, terminaram com The Touch.
Sonata Arctica foi a penúltima banda a subir ao palco. A banda finlandesa de power metal veio aparentemente quebrar um pouco o ritmo do que estávamos habituados a ouvir até ao momento neste primeiro dia. No entanto a banda demonstrou grande qualidade e poder. A melodia de peso anexada à voz poderosa e limpa do vocalista cativou os apreciadores de música de qualidade e complexa. Tony Kakko, o vocalista, dirigiu-se ao público perguntando se já alguém esteve “In Love” porque ele já escreveu muito sobre isso, no entanto, o tema que se seguia falava de um amor que acabou tragicamente mal. Terminaram com grande intensidade e receptividade por parte do público.
Mais um curto intervalo e os cabeça de cartaz, os italianos Lacuna Coil, subiram ao palco. A vocalista Cristina, chegou cheia de energia transmitindo-o com a sua linguagem corporal. O público reagiu muito rapidamente à energia que transmitiam e iam acompanhando os temas com entusiasmo. Logo após o terceiro tema, Andrea falou com o público, dizendo que já não vinham a Portugal há 10 anos e que agradeciam a recepção. Tanto a banda como os presentes sentiram o intercâmbio de energia e não ficaram indiferentes. Cristina garantiu que não iam ficar tanto tempo como desta última vez, sem regressar a Portugal, até porque está previsto o lançamento de um novo álbum e isso faz com que seja mais rápido o seu regresso. Imediatamente antes do tema Fragile, Cristina quis testar a receptividade do público com um pequeno teste vocal que o público respondeu com o maior empenho. Seguiu-se os temas End of Time e I Will Survive. Para apresentar o tema seguinte Cristina fala-nos de amor, mas de um amor diferente, associado ao sofrimento, o retratado em Intoxicated.
O final do alinhamento estava reservado para a cover de Depeche Mode, Enjoy The Silence, momento em que uma grande parte do público cantou em uníssono com a banda. Saíram do palco mas regressaram ainda para um Encore de três temas. Terminaram em grande e intensamente com Spellbound.
E assim terminou para alguns o primeiro dia de Vagos Open Air. Para outros a noite seguiu-se para o pequeno palco que se encontrava à entrada do recinto de onde foram passando temas pesados para encher a noite.
Reportagem: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos (todas as fotos no facebook da SFTD)
Fotos: Nuno Santos (todas as fotos no facebook da SFTD)
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